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Prisão urbana

Novamente empunho minha caneta para adentrar na batalha das minhas dores do peito.

Rostos misturados flutuam pelas calçadas pisadas
Por passos separados.
Lacunas são preenchidas por olhares vadios
Alargando imagens,
Roubando tudo pra prendê-las na prisão do cérebro.
Sou mais um a caminhar pelas sombras do peito
Em meio à prisão urbana desenhada e sonhada.

Abri meu livro na página que está escrita minha solidão
Amarrada ao mundo que me cerca
E às pessoas que vejo.

Quais calçadas aguardam-me?
Qual acaso me espreita atento?

Árvores gigantes
Pombas sobrevoando
Catedral imponente
Anjos de concreto
Ambulantes
Vozes
A praça é uma ilha da imensa ondulante cidade
De cores múltiplas e sombrias arquiteturas muitas.

Ruas e avenidas são sábios rios que desembocam numa marginal.
Qual oceano de aço e concreto,
Qual testamento edificado,
Pactuado e perpetuado
Deixas para mim?

Pontiagudas arestas alcançam meu coração
E não tenho tempo para sentir dor,
Sendo que até a dor verdadeira é usurpada por suas fantasias
E seus desejos de gigante mimada.

Ó cidade fincada
No osso de cada homem!

Perdemo-nos
No holocausto de suas avenidas...
Sábia dama com máscara feia.

Submited by

sexta-feira, agosto 14, 2009 - 22:30

Poesia :

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Alcantra

imagem de Alcantra
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Comentários

imagem de Conchinha

Re: Prisão urbana

Um dos meus temas de revolta preferidos - a cidade, essa máquina que nos mantém a girar isolados e vazios.

Muito bem retratado e muito bem escrito.
Parabéns.

É favorito

imagem de Alcantra

Re: Prisão urbana

Conchinha,

Belo comentário.

Alcantra

imagem de ÔNIX

Re: Prisão urbana

Esta é a visão de um mundo que nos faz ser, e onde as mudanças acontecem...mas e nós...acontecemos igualmente?

Gostei muito do que li

Bjs

Dolores

imagem de Alcantra

Re: Prisão urbana

Dolores,

Muito obrigado!

Alcantra.

imagem de Poetaminas

Re: Prisão urbana

"Abri meu livro na página que está escrita minha solidão
Amarrada ao mundo que me cerca
E às pessoas que vejo."

Dentro da sua solidão, as tristes imagens que faz, são frutos da sua melancolia. Estes sentimentos nos fazem olhar o lado feio da vida. E as praças, as flores, as luzes? beijos

imagem de Alcantra

Re: Prisão urbana

Poetaminas,

Devoro com vontade e com avidez o seu belo comentário.

Obrigado!

Alcantra

imagem de Tiger

Re: Prisão urbana

Sendo que até a dor verdadeira é usurpada por suas fantasias
E seus desejos de gigante mimada.

Gostei muito ;-)

imagem de Alcantra

Re: Prisão urbana

Tiger,

Obrigado por ler e comentar minha poesia.

Alcantra.

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