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SOBRE A TEMPORALIDADE
No ano passado
quando nos encontramos
e dissemos saber do futuro
ciganas espertas
leram nossa sorte e nos mantiveram
ansiosos em traços manuais
a descoberta de que o passado
presenteia o futuro
em anos ultrapassados
nos dissemos cientes do futuro
quando percebemos que iríamos nos separar:
encontros cancelados em trabalhos
e realizações: desencontros em sinais
trocados: contar os dias
fazer de conta que lembramos
em anos atrasados nos dissemos
futurísticos seres dos amanheceres
estátuas em sais: amargamos
sermos nossos destinos
quando da decisão inócua
as imagens retornam em sonhos
quando não lembramos os sonhos
somos vazios em indiferenças
anos atravessam passados movediços
e nos depositam entre
nós mesmos na solidão da casa
vislumbramos ser o futuro
o gesto desmedido da saudade.
(Pedro Du Bois, A NECESSÁRIA PARTIDA, Vol. I, inédito)
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Comentários
Re: SOBRE A TEMPORALIDADE
Muito interessante esta reflexão acerca do tempo e da forma como o vivemos.
Gostei muito.
Abraço,
Marta.
Re: SOBRE A TEMPORALIDADE
Agradeço, Marta, pela sua leitura. Trabalhar literariamente o tempo é tarefa das mais cansativas: ele nos foge em palavras e quando menos esperamos está de volta: à espreita. Por isso o dividimos em 3 atos (ou atores): passado, presente e futuro: qual deles é mais fugaz? qual deles mais nos confunde? qual deles é mais enganador? Abraços, Pedro.
Re: SOBRE A TEMPORALIDADE
Mais um grande poema Pedro
Que bom ler-te
Abraço
Re: SOBRE A TEMPORALIDADE
Oi, João; apesar de vivermos em função do tempo, mais das vezes não nos percebemos dele: fugaz. Abraços e bom final de semana. Pedro
Re: SOBRE A TEMPORALIDADE
Pedro,
Fiquei a pensar muito antes de comentar, gostei do texto, é intenso, forte em essência...
Me permita compartilhar um refletir: somos nós que estamos no leme de nossas vidas, somos nós quem lhe damos a direção... O nosso passado é fruto de nossa posição no que já foi presente e, o nosso futuro, será consequência de nossas opções hoje, no presente... Alguns preferem dar o leme de suas vidas para outros controlar e o resultado, desta decisão, dependerá... Outros se mantém no controle... mas inseguros, deixam-se influenciar e do caminho desviam o seu navegar... Outros ainda, nada querem ouvir ou pensar, de seu alto navegar acreditam jamais poder naufragar... Fico a pensar e refletir se de fato vislumbramos ser o futuro um gesto desmedido de saudade, ou, se seria o fruto de nossa semeadura no passado e presente e que por vezes pode não deixar saudade.
Abraço
Re: SOBRE A TEMPORALIDADE
Cara Flávia, o bom da poesia é que ela se abre em leituras. Ou seja, quanto mais a lemos, mais leituras dela tiramos: sua reflexão abrange ângulos contraditórios e (a)(con)firma posição. Talvez sejamos assim, em "entrevisto futuro", talvez sejamos apenas "espumas deixadas para trás". Talvez. Abraços, Pedro.