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Solidão
Estou perto do mais terrível fim!
Perdido entre os perdidos e perdido em mim...
Desprende-se a loucura, dolorida mas vingativa!
Sou pó no solo, alma nunca mais altiva...
Quis adormecer nas trevas da minha amargura,
esquecer o passado, esquecer a loucura...
Quis acordar da guerra que a minha alma retalhava,
fugir da má sorte que a alegria torturava...
A minha mágoa é de um ébano profundo,
cruel carrasco de um requinte imundo.
Sou canto de cisne, poente arruinado,
adorado por poucos e por muitos desprezado...
Tenho fama de tudo, mas o nada me pertence!
Sou encanto desanimado, sou dor que sempre vence!
Sou trevas durante o dia, luz durante a noite!
Lágrima que se perde por não ter onde se acoite...
Caem as esperanças e fica a dor já antiga...
Riqueza de negra alma e alegria já mendiga...
Sou solidão, encanto fúnebre!
Eternidade descomposta, impossibilidade ténebre...
Empalidece-me reconhecer a mesquinhez da vida!
Olhar nos olhos de quem ri e ver uma sombra já conhecida!
Acordar perto do fim para adormecer no início do Universo,
Sabendo que não existe encanto, nem harmonia no meu mais rico verso...
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Poesia :
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Comentários
Re: Solidão
Um poema bem escrito e inspirado, gostei!!! :-)
Re: Solidão
"Sabendo que não existe encanto, nem harmonia no meu mais rico verso..."
Eu não estava tão certo disso...
Abraço