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You can't always get what you want…

Nós dois, seres impressionantes.
Tu a apressar e eu atrasar o passo a meio de oitenta e tal…
Á porta do liceu, moraram desprezados, olhares que prediziam reencontros prometidos.
Mas havia um fogo em mim a inflamar mapas e pontes, trilhos e azinhagas, que não paravam nos caminhos…á porta do teu liceu.
Pensava-te, queria-te, esporádico e sonolento na brevidade de um suspiro…
Logo apressavas, leve como um vento, que desaprecia por um ano á esquina da minha rua.
Encontrei-te depois, quando o vento passou, ali em frente á reitoria, vinhas a pairar em poema e desviei-me para te ver... para me veres, para encontrar o trilho que me tinha desviado dos caminhos que pisavas.
Depois juntos, no metro,falavas de letras...e eu de direito...de direito a ti num suspiro inquietado a sonhar-te nas minhas noites.
Deixei-te á esquina da minha rua…
Depois foram cafés, livros velhos e vinis, no mapa que nos levava todas as sextas á noite a abordar o Bairro-Alto…
Tu sempre a pairar... com aquele batôn rosa que aquecia nos teus lábios tudo o que eu queria ouvir…
Depois o concerto…o tal, aquele…
Dez de Junho de mil novecentos e noventa!
Mil gajos atrás de ti e eu que não aparecia, mil anos tua á espera e tu a esperar também…eu a apressar e tu a atrasares o passo…
Sabes que eu para estas merdas sempre fui um pouco desarranjado.
Pá... mas quando não te vi onde marcamos no mapa, corri, corri tanto, nunca corri tanto para não te perder de novo…
Estavas perder o olhar quando te encontrei, a batida dos Stones explodiu no meio de nós quando o beijo que nascia a ouvir o “start me up” nos juntou na mesma estrada.
Nós dois, seres impressionantes, com orgulho de se termos…
A correr Lisboa toda com os teus lábios rosa e o meu passo atrasado!
Entre trilhos e caminhos que fizemos ao desencontro, a apressar e a atrasar, contam-se palcos de desalento, horas demoradas, momentos de podridão e azinhagas de abandono…
Contam-se armas e bagagens, contam-se mortos e feridos na direcção da estrada onde andamos em contramão.
Conta-se a tua espera, sempre á porta do liceu ou meu atraso crónico ao início dos concertos…
Mas há sempre o batôn rosa, o café no Bar dos Livros e a relva da alameda, há sempre os nossos risos a nascerem no meio do beijo que mataram sempre o pranto das nossas esperas nunca eternas...
Há sempre o reencontro dos pés cruzados em caminho a correr para te encontrar todas a sextas á noite…
Agora, na suspensão do nosso quarto com os stones em fundo a fazer aneis fumo...
Adormecemos abraçados no trilho do que foi sonho a trautear baixinho a esperança...
“You can't always get what you want…
But if you try sometimes well you just might find
You get what you need”...
E viva os Rolling Stones!!!

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sábado, março 6, 2010 - 13:21

Poesia :

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Lapis-Lazuli

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Comentários

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Re: You can't always get what you want…

BELEZA DE POEMA, EMOCIONANTE, ENCANTADOR!

“You can't always get what you want…
But if you try sometimes well you just might find
You get what you need”...
E viva os Rolling Stones!!!

GOSTEI DEMAIS, MEUS PARABÉNS,
Marne

imagem de Henrique

Re: You can't always get what you want…

Encontrei-te depois, quando o vento passou, ali em frente à reitoria, vinhas a pairar em poema e desviei-me para te ver... para me veres, para encontrar o trilho que me tinha desviado dos caminhos que pisavas...

...Isto é bonito.

Gostei de ler!

:-)

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