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The war is over

Cátedra…
Ali sentado em brisa sopra diferido o sossego.
No rum da casa encantada o chão caiu no meio do chão espalmado de névoa fina…
Ébrio como o fim da tarde.
Os teus olhos são fronteiras com guardas sentinelas na alfândega inconfessável do meu olhar contrabandista.
A cidade é um murmúrio de geradores em simpatia emprenhados de silêncio nas varandas do fim do mundo.
Os homens quando pensam sozinhos negam-se aos demais…
Um lancil equilibrado junto ao rio dança-te o Julho bailarino onde te vejo a esvoaçar…
Borboleta infinita, estuário peito de segredos, taciturno necrotério de cisnes enfeitiçados.
Um homem quando pensa sozinho fica só com o seu só.
Cátedra…
Sentado, olho os telhados serenos de verão beijados a ouvir corvos penitenciários detidos por ignorância…
Os homens quando são sós aprisionam corvos tristes em gaiolas na cidade…
Mas então os teus olhos voam, reflectem-se nos edifícios, nas alamedas e nos beirais, na névoa que cobre o rio, no rosto dos sem abrigo, no abrigo dos sem rosto…
Reflectem-se nos quartos de hora ali na estação das chuvas onde passam os comboios com aroma a café expresso e perfume de cigarros.
Cátedra…
Assim foi da última vez…
Sentei-me no fim de mim para a última conversa com a última réstia.
Foi nos últimos dias de Outono, na porta de um último tango sem par para partir.
Portanto só…
Da ultima vez, numa cantaria velha, de um prédio velho, no Bairro de Janeiro em Novembro.
Tinha um casaco azul e o olhar castanho destruído…
Sou o homem a pensar...só.
Ainda o rum…hipnotizo gatos e morfinizo o tempo no cristal do tempo antigo.
Pego no meu cadáver, olho borboletas errantes que vagueiam pela noite…
Encho o peito do era ultimo onde sobrava a saudade de mim e a vontade de me querer…
A cidade é um murmúrio de geradores em simpatia emprenhados de silêncio nas varandas do fim do mundo.
Os homens quando pensam sozinhos negam-se aos demais…
Um lancil equilibrado junto ao rio dança-te o Julho bailarino onde te vejo a esvoaçar…
Viajei então sozinho para junto dos homens sós que se pensam colectivos…
Os homens quando se pensam reaprendem o amor.
Há dez anos que aprendo…reaprendo…tudo, todos os gestos…
Nunca mais pensei sozinho abandonos de um homem só.
É tão bom estar aqui de novo…
Custou tanto aqui chegar…
A guerra acabou.

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segunda-feira, julho 12, 2010 - 23:09

Poesia :

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Lapis-Lazuli

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Comentários

imagem de Mefistus

Re: The war is over

Belissimo texto;
A quietudo e o desassosego mental do Ser, no rodopio de emoções.

Realço a visualmente soberba passagem:

No rum da casa encantada o chão caiu no meio do chão espalmado de névoa fina…
Ébrio como o fim da tarde.

Muito bom.

imagem de Librisscriptaest

Re: The war is over

"Os teus olhos são fronteiras com guardas sentinelas na alfândega inconfessável do meu olhar contrabandista."

Bela imagem Lapis...
Todo o texto esta sublime!

"Os homens quando pensam sozinhos negam-se aos demais… ;
Um homem quando pensa sozinho fica só com o seu só.;
Os homens quando são sós aprisionam corvos tristes em gaiolas na cidade… ;
Sou o homem a pensar...só. ;
Os homens quando se pensam reaprendem o amor. "

Brilhantes estas conclusões-reflexões!
Levo-o comigo!
Beijinho em si!
Inês

imagem de apsferreira

Re: The war is over

Belo texto!
"Os homens quando pensam sozinhos negam-se aos demais…"
"A cidade é um murmúrio de geradores em simpatia emprenhados de silêncio nas varandas do fim do mundo."
"Os homens quando se pensam reaprendem o amor."
:-)

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