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Entardeceres
Morre a tarde em sombras…
Tenho formas no olhar de rubros incandescentes no pulmão do fim da tarde.
Respiro murmúrios sumários de cilindros motorizados cantados no alcatrão.
Os prédios entardecidos são penumbras colossais no peito das minhas esperas.
Todos os homens são sós.
Lancheiras cabisbaixas rumam pernas proletárias ao sossego dos explorados.
Queria um poema aqui, engarrafado no meio dos carros que fumam horas tardias.
Uma folha de plátano a pairar na ilusão dos meus pareceres noctívagos.
Quantos de vós se sentem sós?
Quantas sombras monótonas acabam com as tardes num momento que é para sempre…
Morre a tarde em sombras…
Ali ao canto havia um mundo que tinha uma tasca antiga.
Quadros ébrios encostados nas mesas do acaso…
Homens sós, copos sós, corpos sós…
Há um rádio, sempre um rádio, com notícias brumosas que dizem o fim do sol.
No outro canto um barbeiro…
Os cabelos que se cortam deixam de ser nossos assim como a sua memória.
Tenho formas no olhar de rubros incandescentes no pulmão do fim da tarde.
Os prédios entardecidos são penumbras colossais no peito das minhas esperas.
Morre a tarde em sombras…
Os prédios assombrados são tapumes de incerteza que habitam corpos efémeros.
Tapam o mundo que fomos, onde reside a lembrança…
Uma folha de plátano a pairar na ilusão dos meus pareceres noctívagos.
Somos apenas a memória que um dia será esquecida…
Abro a porta…
Entro em casa.
Entro em mim.
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Comentários
Re: Entardeceres
Descrição, pensamentos, entardeceres de uma vida, de muitas vidas esquecidas...mas que vivem quando "entro em mim"
"Tapam o mundo que fomos, onde reside a lembrança…
Uma folha de plátano a pairar na ilusão dos meus pareceres noctívagos.
Somos apenas a memória que um dia será esquecida…"
Quimeras
Re: Entardeceres
Ambientes, vidas, que adoecem.
Gostei de ler.
:-)