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Dona só
Rendava nos panos graças veias de ternura…
Tinha névoas a dias no olhar verde míope.
Espairecia pelo mundo breve, cabelos tão antigos que havia rumos com histórias na encruzilhada das lembranças.
Pelo corredor, num passo brando, linho de doce e brandy mel, ia pela tarde encontrar as cinco no baloiço do sol cansado.
Debruava a sombra numa parede de companhia…
Rangia pelos ossos conversas ocas dos armários habituados no caruncho e no silêncio do sol ocaso.
Impressionava os ouvidos com ajuda das pestanas a engelhar um sobrolho surdo.
Miava-lhe o gato ao caminho, macio como um novelo para lhe saber o respirar.
Esquecia-se no nome de regar plantas mortas…
As begónias entristecidas choravam noites inteiras num vaso de terra firme.
Sozinho, o tempo, tinha-a sempre confidente quando olhava os retratos…
E havia uma família inteira a fazer sombras na parede com coisas de quase saudade.
Dona só da minha rua, laço de veia ternura, silhueta de janela…
Renda velha e soturna, amarela e taciturna, a plantar calma, doce e bela.
Decora a minha sombra e a mão begónia desassombra um aceno pela vidraça…
Passo sempre passo a passo devagar e porque faço um gosto neto de a olhar…
Hoje não estava lá sentada, estava uma begónia prostrada e um gato a miar.
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Poesia :
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Comentários
Re: Dona só
silhueta de janela…
Fantástico!!!
Aplausos à arte aqui inspirada!!!
:-)