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O adeus ás armas
Fazer desenhos na vida para não morrer…
Para entreter o morrer.
Fossem as horas canetas de sangue, pintaria manhãs frescas na palma das mãos e respiros de sol na cara dos putos homens.
Procurar o chão dos caminhos que repetem o dizer não querer o fim e viver em sombras finas sonhos inebriantes que descobrem os amanhãs.
Fazer desenhos…
Alagar as idades paulatinas de tinta fresca para demorar o tempo nas molas projectantes que encenam futuros longos e a vida então…
Olhei uns pés olhos de velhos cansados e não me sabia breve como o tudo que se expira.
Tenho no corpo telas rasgadas…
Desenhos para não morrer.
Ventanias de cinzel a gravar o fim do verão no prejuízo de não saber repetir dias felizes.
Os homens são pontos cardeais num quadro planisfério a leste dos seus próximos a desenhar para não morrer.
Morava o luto no asfalto como montra indiferente numa tinta de desprezos…
O café de borras gregas tinha tragédias nos olhos cruas como o desengano.
A vida é um projéctil que se passeia em teatro breve como um tiro mágico.
Mil cadáveres de mãos dadas vestidos de rendas velhas disseram o fim da guerra.
Fazer desenhos na vida para não morrer…
Para entreter o morrer.
Passar o tempo, fazer o tempo, pintar pontes, edifícios, carros e supermercados, desenhar crianças de cara suja com sorrisos extasiantes…
Pintar abraços, matar o leste e fazer do próximo o nunca perder o norte.
Quando era pequeno conheci um pintor morto…
Há telas de saudade com desenhos mutilados em cada um de nós.
Hoje baixo as armas.
Aos poetas a poesia que na minha antologia jamais vive o ressentimento.
Como se chamam aquelas plantas que se sopram delicadas e soltam um algodão?
Não sei.
Fazem desenhos no ar e hoje vi-as quase sonâmbulas numa escrita enforcada.
Fazer desenhos na vida para não morrer…
Para entreter o morrer.
Abraço a todos.
Não parem de desenhar.
Hoje baixo as armas.
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Poesia :
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Comentários
Re: O adeus ás armas
Ventanias de cinzel a gravar o fim do verão no prejuízo de não saber repetir dias felizes.
Poema recheado de arte e criatividade!!!
:-)
Re: O adeus ás armas
Se te faltar papel te empresto minha epiderme, se te faltar tinta te empresto meu sangue, mas, nunca deixe de desenhar estes textos que tanto me encantam. Hoje baixei as armas e vim aqui para dizer-te o quanto gosto do que escreves.
BEIJOS, LEVO COMIGO!
Re: O adeus ás armas
Filigrana de palavras que se articulam e formam uma jóia de rara beleza. Lapis-Lazuli, não deixes de desenhar palavras, arma-te de poesia e combate as
"Ventanias de cinzel a gravar o fim do verão no prejuízo de não saber repetir dias felizes."
Obrigada!
Beijo
Quimeras
Re: O adeus ás armas
Nem consigo encontrar palavras para comentar este teu poema... nem para descrever a sua beleza e a sua grandeza...Está sublime, mais que sublime...
Olhei uns pés olhos de velhos cansados e não me sabia breve como o tudo que se expira.
Tenho no corpo telas rasgadas…
...
Os homens são pontos cardeais num quadro planisfério a leste dos seus próximos a desenhar para não morrer.
...
Mil cadáveres de mãos dadas vestidos de rendas velhas disseram o fim da guerra.
...
Há telas de saudade com desenhos mutilados em cada um de nós.
Hoje baixo as armas.
...
Tu escreves cada obra de arte!!!
Um Abraço
Re: O adeus ás armas
Cito:
"Fazer desenhos na vida para não morrr."Gostei do texto!!!
O desenho salva vidas,disto eu tenho a certeza.
Abraço