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Da vida não se fala...

Quero falar de mim e de mais ninguém
Aqui somente ninguém está
Está aquém outros quem sabe alguém
Sim, arranco uma veia
E outro a puxa para dentro

Parir da mente no leito da memória, sentei e todos se levantaram, correram por toda parte, um tentava abrir a porta do amor, mas nem sabia qual porta era e a dúvida fez-lhe chorar.O maior e mais obscuro de olhares asseverados tentava de alguma forma encontrar uma caneta ou um papel, sendo que para isso necessitava da ajuda daquela que era o seu alimento da alma, só permaneceu e nenhuma palavra surgiu.Um de cenho triste procurava a fuga da realidade, mas precisava daquela que era a coragem, qual coragem pode com aquela que era o anjo real que em solavancos impedia gritava e brigava e atormentava.

Droga! Quero somente a mim sem mim, mas repleto de mim permaneço. Tal raiva, tal sorte, tal fado propõe o inalcançável.

Olhas pela janela e encontra a solidão na terra num espargir ódio misturado à dor e ao amor.
Comigo falo:
_Sentes leve ao canto dos lábios o negro cigarro na magia da chama acessa do inox?
Qual é o seu ar agora?

Não me maltrates soberano corte, saltes para longe de mim na fuga impossível.
Podes optar pela morte, mas morte nenhuma sabe o caminho correto.
Sofres desgraçado com seus espíritos que tiram sarro de ti.
Estou a rir-lhe cinicamente, não tentes olhar-me deste jeito torto com olhares vadios cheios repletos de sangue.
Sei muito bem o que queres,
Tu estás errado e o mundo está certo ou o mundo está errado e tu estás certo...
Sabes e eu sei o que fizeste, todos os lados têm culpa, mas sempre estás a fugir, mesmo assim gosto-te, sou o seu elo imaterial às vezes surdo às vezes mudo. Sempre esquadrinhas os lados num charme de demônio que te cerca orientas-te. Perdeste o medo do passado, mas escondes seu atormentado presente.
Gostas e não gostas, matas e morres, nasces e vives, não queres fitar mais a luz da janela
Tornou-se tóxico e intoxicado está, sem escolhas nem saídas,
Preso ao seu mundo que prendes-te
Preso ao seu mundo que libertas-te

Tão atormentado tornas-te
Não pensas assim
Vacuíssimo da introspectividade

Precisas de uma mão ao rosto ou dum dom à coisa alguma
Mergulhas em corpos seus jogados boiando ao leme
Via-o inútil resmungando com o que pensas
Esqueceste os odores e os perfumes apascentadores

Qual consciência penetra-te se lamentas pela dor de outrem.

Vem sonhar comigo o maior de todos os testamentos!
Não paras não paras não paras...

Peças licença pelos pelos arrepiados, em verdade fora o que te amedronta agora com o mal predestinado o qual arrepia uma carne.
Fende-a, esperas o dia inteiro dia pelo cair da noite na cabeça do céu. Rompes o silêncio quebrando imperturbabilidade de enlanguescência e languescente tornas-te a ser à volta fora hadji do ser

Pensas que não conheço seu caminho sua dor seu alívio?
Posso ser o que eras o que é o que será, o seu anjo, seu demônio seu bem seu mau, Posso ser a alma o espírito a carne, suas antíteses, suas agruras

Espere! Não assombras deste modo seus gestos meu caro teto caído.

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terça-feira, dezembro 15, 2009 - 19:14

Ministério da Poesia :

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Alcantra

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