MANIFESTO MASCULINO
Para incitar a classe a manifestar-se, buscar nossos direitos, celebrar nossas conquistas como resolvidos que somos, iniciaríamos uma campanha. O manifesto! O gesto primal!
Somos homens definidos e sossegados, irmanados pela cerveja e a preferência em acompanhar as bundas (ah! as maravilhosas bundas dessas brasileiras!) que passam nessas calçadas. Mesmo que para isso devamos desviar nosso olhar para que as mulheres que estão ao nosso lado de nada desconfiem. Pois somos resolvidos e espertos! Mas tememos a vingança feminina e a chifrada que ela pode nos trazer.
Somos todos formados do mesmo jeito: embalados pelo carinho de nossas mãezinhas que, mesmo depois de tantos anos, ainda nos tratam como bebezões! Somos todos forjados da mesma forma: rudes, toscos e grosseirões. Mas, derramamos uma lágrima (mesmo que disfarçada!) quando ouvimos "Love Hurts", do Nazareth. Somos fortões e diretos! Determinados e inteligentes e mesmo que, mesmo sob tortura, vamos negar, no fundo achamos as letras de Renato Russo determinantes para a música brasileira.
Esses somos nós: vikings insensíveis mas que abraçam seus filhos e choram pela perda de seus pais. Gladiadores em uma arena de metas e objetivos e contas para pagar a cada final de mês, piratas sedutores que esforçam-se em conquistar a mesma mulher todos os dias, cruzados em busca do santo Graal que está escondido no coração feminino, pintores apaixonados a conceber sua obra-prima a cada noite e poetas perturbados, ansiando por amores impossíveis para poder cantar sobre a dor depois que ela se instalar ao nosso lado.
Solidão. Homens de verdade sentem-se sós mesmo em uma multidão. Pois nossa metade não está ali. Talvez estivesse perfeitamente elaborada e definida como um pergaminho, um prêmio ao nosso esforço. Mas, por mais reativos que somos, jamais podemos conceber o que o destino nos reserva.
Esses somos nós: fortes, fiéis, fracos, formidáveis homens cheios de defeito e fúria e amor e paixão e consideração e insônia e vícios e fraquezas e maldades e bondades e a capacidade para determinar o que será o nosso começo e o nosso fim.
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