Conto I

O ambiente do quarto não era nada comparado à aura que me envolvia.
Nem o calor que se fazia sentir me incomodava, apenas o rubor das minhas faces denunciava os teus olhares lascivos, explícitos...
O teu desejo latente na câmara que insistias em disparar.
Como se pudesses ter uma capa de revista ali mesmo ao alcance da tua mão.

Sentada na cama variava as posições que me ias pedindo, provocando a tua vontade de querer ver mais, de sentir, de cheirar.. de tocar...

Deixo as minhas costas escorregarem pelo fresco dos lençóis enquanto vou abrindo as pernas docemente, deixando-me á mercê da tua objectiva, levo a mão ao meu sexo brindando-te com um espectáculo privado.
E subitamente deixo de ouvir a câmara...

- Que se lixe a máquina! - Oiço-te dizer.

E no meu corpo corre um arrepio miudo, uma sensação de malícia que me faz sorrir e olhar-te nos olhos a pedir-te que me toques, que me lambas, que me possuas..
As tuas mãos rapidamente me cercam a cintura, sinto a tua boca quente passear no meu pescoço e nos meus ombros enquanto me derreto ... e já me tens por baixo do vestido que  adoras, uma mão, as duas mãos, a boca molhada e quente, a língua ávida que me circunda os mamilos já duros na tua boca..

Gemo em ti, para ti... - Quero sentir o teu corpo na minha boca - Dizes-me entre sussurros, carícias atropeladas, devassadas.. quente, fêmea, escorro para ti, bebes de mim cada gota que te ofereço, desenhas no meu corpo a tua estrada com a língua, vais debitando beijos em cada curva que encontras, degustamos o meu sabor entre as línguas que se abraçam - Quero-te tanto!..  - murmuras-me, quase um lamento, um pedido, que me deixa louca, á tua vontade, que te faz deslizar para dentro de mim enquanto as minhas mãos te agarram firme o corpo quente, bem definido,  as unhas marcam o compasso da insanidade com que me levas ao orgasmo, bem sentido, intenso, completo, no fundo de mim...

- Onde vais? - Perguntas-me com esses olhos esfomeados enquanto saio de baixo de ti e me ponho de gatas qual gata, provocadora, faminta por ti, devolves-me o sorriso enquanto me passas as mãos pelas costas e o sinto aproximar-se de mim, tocando-me ao de leve, deixando-me ainda mais fora...
E as tuas mãos deslizam para as minhas ancas que agarras firme enquanto me vais invadindo com força, aumentando a cadência da nossa loucura.. agarras o meu cabelo e puxas-me para ti enquanto me deixas mais louca ainda ..
E no meio dos teus gemidos, da tua respiração que sinto no meu pescoço, no meio da loucura a que me levas, carnal, primária, chamas o meu nome, perdes a noção da diferença entre corpos, somos um só, as nossas bocas unem-se enquanto me brindas com o teu néctar e os teus espamos em mim, e os meus em ti... Enquanto me dizes o quanto me desejas..

Sem saires de mim deitas-me ao teu lado na cama, procuramos respirar, olhos nos olhos, corpo no corpo, passas a mão no meu cabelo, afastas-o da minha cara enquanto me agarras o pescoço e me colas a ti.. No silêncio ainda se houvem os corpos gritarem... as bocas que não se largam.. as mãos que não sossegam..

- Outra vez?...

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Thursday, October 17, 2013 - 10:54

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SweetPoison

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Entorpe e sente...

Tua transpiração é uma ode. E pense que fora nessa cama que Páris e Helena conceberam suas núpcias, enquanto Tróia caíra. Flambado pelo suor que respinga tua tez; pelos nós de cabelos que foram feitos em meus punhos. Flambado pelos suspiros borrifados aos ouvidos, pelo aglutinado de gemidos. Flambado. Flambado. Flambado... Na ruína a deusa samba e ignora Cassandra. O destino é mais bonito quando sentido. Quando vivido. Quando dissecado entre guizos orgásticos. Quando lambido como um filhote recém-nascido e a dúvida míngua. O que se passa na massa encefálica durante essas pequenas mortes? Pirocinesia. Estou flambado. Até o inferno faz pompoarismo quando quer vê-la gozar. Tua luz, teus licores queimam nesse mènage à tróis. Você, o tabu e eu. Não há pudores. Incineremos.

Tem um cigarro sobrando para mim ou compartilharemos o mesmo? HAHAHAHAHA!

É um belo conto para uma dama que possui desejos de amazona. Parabéns.

Beijos.

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