Buraco negro de uma eterna solidão
Eu deixo-me apenas expressar as palavras que se formam em minha mente.
Não posso dizer, com certeza, o que se passa no meu coração.
Saudades, talvez.
Amor, paixão, solidão?
Não sei.
Uma mistura de sentimentos que me deixam confuso.
O tempo vai passando lentamente.
Outras vezes passa tão rápido.
Depende muito do espírito a qual estamos inseridos.
Os acontecimentos a nossa volta.
Amigos que se vão, amores que já não são mais.
Quantas coisas acontecem em apenas pouco tempo?
E, por não saber o que acontecerá daqui a dez minutos, o desconhecido nos atormenta e fascina ao mesmo tempo.
Sentirei falta desses momentos solitários e reflexivos se estiver compartilhando os momentos com alguém daqui uns dias?
Sentirei falta dessa tranqüilidade e liberdade em poder escrever, meditar e sonhar?
Os sorrisos, as lágrimas de outrora já são apenas lembranças em minha mente um tanto perturbada.
Os espíritos rondam os espaços e sussurram ideias em minha mente.
O que posso fazer dentro desta conjuntura tão sórdida e perversa?
Os dias passam e as noites, intermináveis, também se vão com o romper da aurora e outro dia está diante de nossos olhos.
Tudo começa outra vez.
Um dia de alegria, um dia de tristeza ou apenas um dia normal sem nenhuma coisa diferente.
E esse tédio?
Um verdadeiro terror ver semblantes combalidos pela natureza da vida.
O que fazemos aqui?
Os nossos atos ecoam pela eternidade de fato?
Ou tudo não passa de mera especulação e não existe nada do outro lado?
Minha mente é um turbilhão de pensamentos.
Tudo o que vejo, toco ou sinto me leva a questionar este momento, a temê-lo como se fosse um abismo sem fim.
Um buraco negro de eterna solidão.
Com o tempo vamos aprendendo que não adianta correr atrás do vento.
Tudo é mesmo vaidade, como já dizia o sábio.
As opiniões dos outros não importam.
Ninguém vai enxugar suas lágrimas na solidão de seu quarto.
Ninguém pode te ajudar.
Sempre vai existir uma madrugada longa e fria para o solitário.
Quando o sono se vai.
A solidão tem a ver com alguém que não se encaixa.
Não há saída.
O coração é dilacerado pelas incertezas, pelas agruras de dias nebulosos.
A angústia faz parte da vida humana e nada pode mudar isso.
Rostos sorridentes e felizes só para as selfies quando, na verdade, o coração está angustiado pelas infelicidades da vida.
Inveja, traição, desespero, entre outras ilusões da vida, perpassam esses rostos que parecem ditar as regras de uma sociedade falsificada.
Devo viver esses poucos momentos de alegrias e suportar os muitos momentos de tristezas e decepções.
Quem disse que a vida seria um mar de rosas mentiu descaradamente.
Talvez seja por isso que choramos assim que chegamos a esse mundo.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
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