Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos
Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos,
Minha ilusão doada por videntes vários, sendo dois
Creio nas sensações que sinto, bora nem sinta
E ainda que estranhas estas, quais concorrem
Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,
A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos
Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,
Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio
Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer
Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor
Da mão destra …
Joel Matos ( Fevereiro 2022)
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 4603 reads
Add comment
other contents of Joel
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/General | manhãs de manhas | 10 | 4.200 | 03/23/2018 - 18:32 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aphorism | Modigliani | 10 | 3.983 | 03/23/2018 - 18:24 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Dedicated | Gladya | 10 | 5.170 | 03/23/2018 - 18:21 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O meu reino é ser lembrado … | 10 | 2.224 | 03/23/2018 - 18:13 | Portuguese | |
Poesia/General | Tudo acaba aonde começou... | 10 | 3.641 | 03/23/2018 - 18:06 | Portuguese | |
Poesia/General | Por cada desejo | 10 | 4.921 | 03/23/2018 - 18:04 | Portuguese | |
Poesia/General | Quando eu despir a veste que me liga a este mundo | 10 | 2.740 | 03/23/2018 - 18:03 | Portuguese | |
Poesia/General | Hades,Rei do mundo escuro | 10 | 1.844 | 03/23/2018 - 17:59 | Portuguese | |
Poesia/General | Pobre senil que conta o tempo e passa de rompante | 10 | 4.058 | 03/23/2018 - 17:57 | Portuguese | |
Poesia/General | O meu parceiro "O" Positivo | 10 | 2.733 | 03/23/2018 - 17:55 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Em pó mudo … | 10 | 1.670 | 03/23/2018 - 17:52 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Finjo compreender os outros … | 10 | 1.717 | 03/23/2018 - 17:48 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Receio ser eu mesmo nada. | 10 | 3.339 | 03/23/2018 - 17:46 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | (Do que me vai na alma) | 10 | 1.705 | 03/23/2018 - 17:46 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sal sagrado | 10 | 3.642 | 03/23/2018 - 16:28 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Diverso-me a julgar, excede-me o compreender. | 10 | 3.522 | 03/23/2018 - 16:26 | Portuguese | |
Poesia/General | Sei valer,apenas isto. | 10 | 4.189 | 03/23/2018 - 16:23 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | Atravessar-te em festa | 10 | 2.317 | 03/23/2018 - 15:26 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aphorism | Expiração | 11 | 7.437 | 03/23/2018 - 13:19 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Dedicated | me & Sophy | 10 | 5.806 | 03/23/2018 - 12:43 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aphorism | destituição humana | 10 | 7.805 | 03/23/2018 - 12:41 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | do que sei | 10 | 5.813 | 03/23/2018 - 12:39 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aphorism | traduz | 10 | 4.924 | 03/23/2018 - 10:43 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aphorism | estibordo | 10 | 4.717 | 03/23/2018 - 10:41 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Intervention | alem da cor | 10 | 6.745 | 03/23/2018 - 10:40 | Portuguese |
Comments
Meu instinto é dado pelos
Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos,
Minha ilusão doada por videntes vários, sendo dois
Creio nas sensações que sinto, bora nem sinta
E ainda que estranhas estas, quais concorrem
Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,
A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos
Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,
Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio
Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer
Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor
Da mão destra …
Joel Matos ( Fevereiro 2022)
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
Meu instinto é dado pelos
Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos,
Minha ilusão doada por videntes vários, sendo dois
Creio nas sensações que sinto, bora nem sinta
E ainda que estranhas estas, quais concorrem
Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,
A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos
Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,
Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio
Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer
Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor
Da mão destra …
Joel Matos ( Fevereiro 2022)
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com