Depois a Vida
Sentindo-te o gosto
Sim, aquele terno frio na alma
De te saberes por aqui
E o prazer de seres também aí
Criaste raízes fora de ti
Bebeste da seiva pura
E nas gotículas de orvalho
Foste à transparência
Flor caída pelo chão
Relembro-me...
Comigo também foi assim
Quando me vi ligada
À minha Mãe...
E a tocar nas alturas
Os braços de meu Pai
Sou aquele vento que suspira
Nas (en)costas do passado
E se lembra sempre
Do avesso do mundo
Preso ao futuro...
Depois, a corrente (vi)vida!
Fui nascente perdida
Nas águas dos oceanos
Saciei-me de ti
Esta sede...
Esta fome...
Nos lençóis da vida
Mortalhas caídas a teus pés
(In "Subtilezas da Alma")
Submited by
Wednesday, February 10, 2010 - 09:25
Poesia :
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Comments
Re: Depois a Vida
ÔNIX,
O que mais aoreceiei neste poema foi a vasta possibilidade de leituras que encerra. Quando o subjectivo encontra eco, a poesia realiza-se.
Ah, ainda não dei as felicitações, Parabéns pela distinção wafer do mês. Uma escolha justamente merecida, de qualidade!
Re: Depois a Vida P/Todos
A Vossa demonstração de carinho é um bem que não posso esquecer nunca
Obrigada a todos
Re: Depois a Vida
Uma bela meditação.
Uma vida depois da vida, vivida e sentida, achei triste e linda a maneira com que descrevestes a situação.
Sutil e levemente conduzistes a poesia de uma despedida.
Adorei
Re: Depois a Vida
As lembranças do passado e o CRER para além da Vida, descrito com uma sensibilidade como só tu o sabes fazer e sentir!
Beijos
Re: Depois a Vida
Ônix, minha querida,
Que texto, hein!
O passado que se entrelaça ao presente, que não é estático, não ficou por lá...
Redemoinhos...
Um grane beijo.
Re: Depois a Vida
"Depois a Vida", "a corrente (vi)vida"... Lembrei de uma canção que diz: "Eu canto para quem?".
Cara Õnix,
Cecilia Meireles define a nós com a grandeza de quem sabe a que veio ao mundo:
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa
Não sou alegre nem triste
sou poeta"
Tem vez que entendo essa estrofe...
"Mortalhas caídas a teus pés"
(Essa me é clara)
Abraços, Robson!
Re: Depois a Vida
A sabedoria e amadurecimento de quem sabe olhar além da vida.
Realço:
"Sou aquele vento que suspira
Nas (en)costas do passado
E se lembra sempre
Do avesso do mundo
Preso ao futuro...
Depois, a corrente (vi)vida!"
Muito belo!
Abraços,
Clarisse
Re: Depois a Vida
Dolores,
Difícil é encontrar palavras para comentar uma obra de arte destas.
Belíssimo, amiga.
Beijinhos
Nanda
Re: Depois a Vida
Um belo poema, onde é
feita uma meditação, bastante,
profunda.
Gostei, muito.
:-)
Re: Depois a Vida
Dificilmente alguém o conseguiria descrever melhor:
“Relembro-me...
Comigo também foi assim
Quando me vi ligada
À minha Mãe...
E a tocar nas alturas
Os braços de meu Pai”
Ternamente…
Beijo
Carla