Resta esta lembrança

Eis que neste instante macabro eu vejo a diluição de quem sou
E sofro por quem não é a definição de proximidade

Eis que eu choro em lágrimas já inexistentes
Ainda tem em minha respiração o corte ofegante do oxigênio à razão

Tem lá tristeza; a que faz este silêncio parecer o ruído mais prejudicial que há para qualquer ouvido humano...

Qualquer... Eis que sou um qualquer
Pois minhas covalescências já deixaram de matar meu corpo
E minhas angústias até criaram risos de paz

Sou um qualquer... Um que sofre nas sombras perversas que demoram a ir e que é vivo a estas horas sem dormir

Sou este resto de mim... Resta esta triste lembrança sobre quem sou

Estás longe, muito longe meu amor
E eu, perto do inseticídio estou

Estás longe meu amor, muito longe de mim
E eu mexo este corpo para fingir que sou
Amado por mim

Resta esta lembrança de agora
Eu vivo numa ferida invisível chamada DESILUSÃO

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Sunday, March 21, 2010 - 04:20

Poesia :

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robsondesouza

robsondesouza's picture
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Comments

mariamateus's picture

Re: Resta esta lembrança

robsondesouza :-)

Resta esta lembrança de agora
Eu vivo numa ferida invisível chamada DESILUSÃO

Sofrido, dorido mas???
muito lindooooo!!!

Abraço-luz

Henrique's picture

Re: Resta esta lembrança

Qualquer... Eis que sou um qualquer
Pois minhas covalescências já deixaram de matar meu corpo
E minhas angústias até criaram risos de paz...

Bom poema!!!

:-)

analyra's picture

Re: Resta esta lembrança

"Sou um qualquer... Um que sofre nas sombras perversas que demoram a ir e que é vivo a estas horas sem dormir"

Lembrou-me Álvaro de Campos,
excelente.
Favoritos nele.
Muito bom ler-te.

angelalugo's picture

Re: Resta esta lembrança

Olá caro poeta Robson

Nossa! Este poema chegou a doer...
Mas a desilusão seja ela qual
motivo seja sempre nos tráz
tristeza..Adorei

Beijinhos no coração

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