Duro mundo de andar tarde

Caso é de direito, almejar - arauto da poesia.
Algum equivoco, sob claro
meu ponto de vista.
Meu Deus, por onde "Andrades",
nunca síquer pisarei,
nem ousarei.
O caso é:
Se não falo de sentimento,
nem falo de acontecimento,
sendo o reverso
antagonismo de poesia,
me restrinjo à ficar calado
sem letras de caneta, nem teclado
daqui não sai uma letra, nem um bocado.
Meu mundo é natureza
minha destreza é cidade,
de morte vou cultivar
e a criação pra mim é pomar.
Calarei, assim:
Flores, lagarta e borboleta
metamorfose é espinho...
Tenha parcimônia,
pois de tanto respeito
sinto o pesar de minha pena
fazendo cerimônia.
Água e vinho,
harmonia e agonia,
pois nasço e morro
apócrifo definho.
"Na procura da poesia",
torno-te infenso
pela afeição da contradição,
e não oposição.
Embora desta pérola,
me transborde complacência,
no tocante, poemas e prévios convívios,
sobretudo imensa adjacência.
Peço licença,
tirando meu chapéu
e poder continuar à contemplar,
na consciência que pro mestre,
perfaço réu...
Diminuto!
Mesmo em não obstância,
se contemporâneo fosse
em silêncio ficaria
à incontestável supremacia,
um minuto infinito.

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Sunday, May 2, 2010 - 23:52

Poesia :

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Felipe_oceano

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Re: Duro mundo de andar tarde

Bom poema!!!

:-)

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