Criação in Verbus
Em todos os momentos
Em todos os poemas que escrevo
Em todos os centros que se movimentam
À roda do meu próprio centro
(Será que os outros vêm assim como eu
E duplicar
A triplicar
A multiplicar?
Ou serei eu uma fonte ejaculativa
De tantas rimas terminadas em ar
Que nem consigo perceber que não dá para respirar)
Este ar poluído que me entra pelas narinas
Que m'entala
E m’estala
Despertando o olfacto
Encarcerando o gosto
Amolecendo a dor deste sentir
Que se confunde com o absorver
No
Imediato
Este suor morno
Que se espalha pelos corpos todos
Que eu conheço
Que confusão
Que baralhação
Este poema não servir para criar
Nada
Mesmo nada
A não ser uma dor aguda
Num qualquer poema do género - fêmea
Por não saber rimar
Quanto mais poetar
Não quero deixar de sentir este ar
Próximo do verbo ir
Para que se vá
Mas rindo
E escrevendo sem nada pedir
Há tantos tempos vendidos ao meu próprio sentir
Que há sentires que valem zero
Na medida exacta de verbo
Há na verdade um único Verbo que eu conheço
Que me fará ir...
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Poesia :
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Comments
Re: Criação in Verbus
é qualquer coisa de admirável...a tua escrita, a tua maneira de ver, de sentir e fazer-nos sentir também.
adoro tudo o que partilhas connosco
1 beijo enorme
Re: Criação in Verbus
Vejo-te em todos os rostos
Em todos os momentos
Em todos os poemas que escrevo
Em todos os centros que se movimentam
À roda do meu próprio centro...
Potente!!!
(Será que os outros vêm assim como eu
E duplicar
A triplicar
A multiplicar?
Ou serei eu uma fonte ejaculativa
De tantas rimas terminadas em ar
Que nem consigo perceber que não dá para respirar)
Delirante!!!
O verbo ir que nos leva pelos versos do sentir!!!
Adorei... Mais uma vez!!!
:-)
Re: Criação in Verbus
Identifiquei-me com este teu poema. muito, Dolores.
Li e reli e é um dos poemas que gostaria de ter
escrito vivendo o actual estado de espírito que vivo.
Beijo e tudo de bom para ti, sempre!
Vóny Ferreira
Re: Criação in Verbus
Vejo-a como o centro do pontinho
luz remanescente que emerge do nada
o amor nascente numa vida amada
a razão de ser nada e ser tudo sorrindo.
Gostei muito do seu poema.
E é e sempre será um prazer ler suas poesias.
bjs.
Vitor.
Re: Criação in Verbus
O poema está perfeito na tua razão absoluta em conseguires deslocar em mensagem. O verbo prende o passo, o sentimento move a poesia.
A mulher move-se nela própria, em que tudo cria :-)
Beijinho, linda!
Carla
Re: Criação in Verbus
"(Será que os outros vêm assim como eu
E duplicar
A triplicar
A multiplicar?
Ou serei eu uma fonte ejaculativa
De tantas rimas terminadas em ar
Que nem consigo perceber que não dá para respirar)"
Acho q poucos têm a tua capacidade de olhar o mundo, isso seguramente!
Imaginei-te em frente a um espelho perdida no reflexo a perguntar será q sou eu q estou ao contrario, ou a imagem...
Mas isto foi apenas um dos meus momentos de divagação q acontecem sempre q te leio!
Beijinho grande, grande em ti Onix!
Inês
Re: Criação in Verbus
E assim se faz o poeta e o poeta se faz assim, como letras em rimas (in Verbus) fundidos à sensitiva e original realidade material.
Sempre estarei a apreciar-te,
Alcantra
Re: Criação in Verbus
Que confusão e baralhado fiquei:
Que se me dá uma dor aguda, martelando as frases aqui espalhadas. Ao imaginar-te de batuta na mão, regendo nesta pauta a orquestra dos verbos.
Gostei do poema.
Beijos,
Pedro
Re: Criação in Verbus
Ônix,
Com certeza,este teu belo poema aciona vários sentimentos...
O nada é o todo e o todo é a pura poesia que ecoa.
Adorei!
Abraço.
:-) Suzete Brainer.