Violentas Alegrias
Essas ilusões, esses deslumbramentos,
Têm tanto de nós que com outro nome não teriam igual importância,
Essas violentas alegrias que têm um fim também violento,
Juvenil até…
Custa a acreditar que já não há pássaros a ir para sul,
Que há morte neste vento que brinca com o lixo,
E é difícil ser aquilo que fica.
Ainda penso nas vezes que senti que era de ferro,
Que podia aguentar com o mundo se ele todo mudasse à minha volta
Ou me caísse nas mãos.
Essas violentas alegrias que caem em buracos deixados pelo tempo
Como almas e pétalas num orgasmo.
Era ali que estava, a cor mais duradoura dos periantos,
O perfume que descia calmamente à boca para lhe tomar o gosto,
Era ali que estava!
Parecia tudo tão simples antes do coração parar para pensar…
Vou para o sul, onde não há pássaros nem primaveras,
Onde a alegria é não saber que existimos, é não termos tempo para nós,
E uma eternidade só de silêncio.
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Comments
Simplismente lindo... Gostei
Simplismente lindo...
Gostei muito...
bjs na alma
Re: Violentas Alegrias
Profundo, inquietante porque faz reflectir. Excelente poema.
Abraço
Re: Violentas Alegrias
Olá, Jopeman.
Neste belo texto interpreto o desfazimento do mundo, que caminha para o caos, sem que a maioria das pessoas perceba.
Gostei muito,
Um abraço,
Roberto
Re: Violentas Alegrias
Custa a acreditar que já não há pássaros a ir para sul,
Que há morte neste vento que brinca com o lixo,
E é difícil ser aquilo que fica.
Ora aí está um bom pensamento que roça reflexões muito sérias sobre alegria ocultas em buracos deixados pelo tempo como almas num orgasmo.
Deveras interessante!!!
:-)
Re: Violentas Alegrias
Bem Joao, este teu poema esta... sublime!
Comoveu-me imensamente...
Dos teus q ja li q mais gostei e eu admiro sempre tudo aquilo q te leio!
"Ainda penso nas vezes que senti que era de ferro,
Que podia aguentar com o mundo se ele todo mudasse à minha volta
Ou me caísse nas mãos."
Lindíssima passagem, a humildade do poeta q sucumbe à própria sensibilidade!
Este, meu querido João, vou leva-lo comigo com carinho!
Beijinho grande em ti!
Inês