Violentas Alegrias
Essas ilusões, esses deslumbramentos,
Têm tanto de nós que com outro nome não teriam igual importância,
Essas violentas alegrias que têm um fim também violento,
Juvenil até…
Custa a acreditar que já não há pássaros a ir para sul,
Que há morte neste vento que brinca com o lixo,
E é difícil ser aquilo que fica.
Ainda penso nas vezes que senti que era de ferro,
Que podia aguentar com o mundo se ele todo mudasse à minha volta
Ou me caísse nas mãos.
Essas violentas alegrias que caem em buracos deixados pelo tempo
Como almas e pétalas num orgasmo.
Era ali que estava, a cor mais duradoura dos periantos,
O perfume que descia calmamente à boca para lhe tomar o gosto,
Era ali que estava!
Parecia tudo tão simples antes do coração parar para pensar…
Vou para o sul, onde não há pássaros nem primaveras,
Onde a alegria é não saber que existimos, é não termos tempo para nós,
E uma eternidade só de silêncio.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 2118 reads
Add comment
other contents of jopeman
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Erotic | O fervor da carne | 10 | 688 | 09/24/2009 - 14:21 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Sem desoras à saudade que é tua! (Maria Mateus) | 4 | 544 | 09/24/2009 - 14:01 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Beijos de Outono | 2 | 909 | 09/22/2009 - 13:21 | Portuguese | |
Poesia/Joy | Aurora | 12 | 825 | 09/17/2009 - 07:09 | Portuguese | |
Poesia/General | Perdido no Espelho | 10 | 426 | 08/26/2009 - 21:04 | Portuguese | |
Poesia/Love | Fiz amor com a tua aura | 9 | 704 | 08/24/2009 - 20:15 | Portuguese | |
Poesia/Love | Não será pela dor (Dueto com Tiger) | 11 | 812 | 08/24/2009 - 20:04 | Portuguese | |
Poesia/General | As crónicas do fígado | 10 | 523 | 08/24/2009 - 19:58 | Portuguese | |
Poesia/General | O fado do palhaço | 11 | 1.130 | 08/15/2009 - 00:37 | Portuguese | |
Prosas/Contos | O pesadelo (excerto) | 5 | 467 | 08/14/2009 - 14:01 | Portuguese | |
Poesia/Joy | Escaldões | 11 | 1.030 | 07/26/2009 - 19:27 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Olhar da Alma - Recomeçar | 11 | 541 | 07/21/2009 - 20:12 | Portuguese | |
Poesia/General | Fotógrafa | 8 | 488 | 07/12/2009 - 16:03 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Espero-te | 11 | 822 | 07/10/2009 - 04:25 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Our draw | 3 | 500 | 07/06/2009 - 20:21 | Portuguese | |
Poesia/Love | Do negro para o negro | 7 | 538 | 07/02/2009 - 20:00 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | O uivo do lobo | 6 | 634 | 07/02/2009 - 19:55 | Portuguese | |
Poesia/General | Lucky Strike | 8 | 558 | 07/02/2009 - 19:50 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Re(talho) | 4 | 696 | 07/02/2009 - 19:46 | Portuguese | |
Poesia/General | Roleta | 8 | 532 | 07/02/2009 - 19:31 | Portuguese | |
Poesia/Joy | Olhar da Alma - Paladares da Noite | 13 | 584 | 07/02/2009 - 19:29 | Portuguese | |
Poesia/Joy | Primavera | 6 | 502 | 07/01/2009 - 19:38 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Fantasmas | 7 | 491 | 06/30/2009 - 21:38 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Olhar da Alma - Tatuagens | 9 | 551 | 06/23/2009 - 17:16 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Conhece-te | 9 | 517 | 06/21/2009 - 05:48 | Portuguese |
Comments
Simplismente lindo... Gostei
Simplismente lindo...
Gostei muito...
bjs na alma
Re: Violentas Alegrias
Profundo, inquietante porque faz reflectir. Excelente poema.
Abraço
Re: Violentas Alegrias
Olá, Jopeman.
Neste belo texto interpreto o desfazimento do mundo, que caminha para o caos, sem que a maioria das pessoas perceba.
Gostei muito,
Um abraço,
Roberto
Re: Violentas Alegrias
Custa a acreditar que já não há pássaros a ir para sul,
Que há morte neste vento que brinca com o lixo,
E é difícil ser aquilo que fica.
Ora aí está um bom pensamento que roça reflexões muito sérias sobre alegria ocultas em buracos deixados pelo tempo como almas num orgasmo.
Deveras interessante!!!
:-)
Re: Violentas Alegrias
Bem Joao, este teu poema esta... sublime!
Comoveu-me imensamente...
Dos teus q ja li q mais gostei e eu admiro sempre tudo aquilo q te leio!
"Ainda penso nas vezes que senti que era de ferro,
Que podia aguentar com o mundo se ele todo mudasse à minha volta
Ou me caísse nas mãos."
Lindíssima passagem, a humildade do poeta q sucumbe à própria sensibilidade!
Este, meu querido João, vou leva-lo comigo com carinho!
Beijinho grande em ti!
Inês