Road

Regresso à estrada,
regresso á estrada, outra vez!

Regresso ao caminho que segui,
minha casa passageira das estações que passam,
da Primavera ao Outono, do Outono ao Inverno.

Andei e continuo a viajar,
nas estradas comuns e poeirentas dos vales esquecidos por Deus,
perdidos na aridez da vida inexistente.
Uns dizem que sou um profeta de tragédias,
um comerciante de sonhos pedidos,
outros, um homem igual a tantos outros que continuam a navegar.

Vagueio por entre terra de ninguém,
selvagem natureza estéril de inóspita travessia por entre os trilhos rebuscados, enquanto me vou embrenhando nas trevas da floresta suspensa,
mágica nos seus mistérios de amor que escondem corações feridos,
protegidos pelos espinhos das vermelhas rosas.

As nossas flores murcham do nosso jardim secreto,
plantado á beira-mar sob o signo de uma paixão dolorosa engulida pela maré.