Um sonho que se despe pela noite

Um sonho que se despe pela noite
Mesmo sonho que se despede pela manhã
 
Foi no serão da bebida em cascos doidos galopantes
Em plena feição esculpida nas nove horas em luto
Quando aos montes catando-se foi.
Não havia aspirais em cadernos rotos abarrotados
Para segurar linhas impossíveis de vista
Amarelas de velhas.

Cadarços costuram à mão centenas de vãos pagãos,
Deixados aos seculares relógios meandros
Dos colossais membros da sorte.

Correram todos para as porteiras que levam
Aos outros descasos, feito filtros de talhas
A coar estômagos alertas e salpicos sem cor.
Abriram todas as ilhas perdidas com ouro nas pedras enfeitadas,
Seu maciço corpo esteve lá
Nalgum coito de sobre pele.
O sutiã vazou deixando percebível
Todo suor das bocas com correntinhas escondidas nos pescoços
Com forma de postes alinhados
Claros, alguns apagados...

Buscaste o aonde enfiando num quem sabe solavanco
Com apalpar sonolento em lentos tácteis mágicos
Nas surpresas do toque
Em serpenteadas fogueiras
Do saber ou achar.

Colheu os escritos nas páginas no livro dos ares
Quando deitamos dos céus todas as centelhas
Dos sons de olhos piscando,
Quando abraçamos em aços maleáveis
De ombros e pescoços rebeldes
Na tentativa de não sermos vencidos pelo sono,
Quando sem já carne de cromo em fisgas do erétil
Trouxemos os incríveis ósculos do verão.

Venha mesmo que em atropelos,
Venha!
Já que a noite tem que dormir no toda vez que amanhece.
A vejo suplicando pelo sol travesseiro da contradição do efeito.

Leio em seus olhos o vilão do adeus
Com facões amolados que servem para cortar o que somos agora.

Na primeira vez que a vi faz mil anos desde que anoiteceu,
Tu disseste-me oi com boca que sofria,
Tu fitaste-me com a lógica que todos os magos conhecem,
Não somos as lajotas de carnavais
Nem os mourões dos cercados,
Muito menos a coragem dos que morrem,
Mas quem sabe alguma varanda pendurada no firmamento

Submited by

Lunes, Junio 11, 2012 - 14:11

Poesia :

Sin votos aún

Alcantra

Imagen de Alcantra
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 10 años 14 semanas
Integró: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Alcantra

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Paletó de carícias 1 1.189 04/17/2012 - 03:32 Portuguese
Poesia/General Cômodo dos afugentados 2 1.272 04/12/2012 - 16:47 Portuguese
Poesia/General Escritos da Memória 1 974 04/06/2012 - 15:35 Portuguese
Poesia/General Interruptor do Sol 1 1.154 04/02/2012 - 20:42 Portuguese
Poesia/General A privada do gigante 0 1.395 03/30/2012 - 16:31 Portuguese
Poesia/General Azul da Prússia 0 1.210 03/26/2012 - 20:00 Portuguese
Poesia/General Labaredas sarcásticas dançam nas ruas de Roma 2 1.260 03/14/2012 - 21:39 Portuguese
Prosas/Mistério Lágrimas do leão cego 0 1.647 03/09/2012 - 15:13 Portuguese
Poesia/General Os campos de Julho 0 1.316 03/09/2012 - 15:10 Portuguese
Poesia/General Chalés da Beladona 0 1.141 03/05/2012 - 15:54 Portuguese
Poesia/General O nome da tarde era poesia 0 1.325 02/29/2012 - 22:29 Portuguese
Poesia/General Outro do Outro Lado 0 852 02/23/2012 - 23:06 Portuguese
Poesia/General O encantador de beija-flores 0 1.443 02/13/2012 - 15:29 Portuguese
Poesia/General Noi não contigo 0 797 02/07/2012 - 15:22 Portuguese
Poesia/General Letras em chamas 0 1.220 02/03/2012 - 10:59 Portuguese
Poesia/General Sonso e Truncado 0 1.288 01/12/2012 - 15:40 Portuguese
Poesia/General Os filhos do Beco 0 1.374 12/27/2011 - 14:48 Portuguese
Poesia/General Parapeito do mundo 0 1.120 12/19/2011 - 22:57 Portuguese
Poesia/General Chorrilho só chorrilho 0 976 12/13/2011 - 21:35 Portuguese
Poesia/General Ler sexo ou solidão 0 1.736 12/04/2011 - 18:52 Portuguese
Poesia/General Correr & nada ser 0 1.234 11/28/2011 - 22:39 Portuguese
Poesia/General Por azo ao flerte 0 1.184 11/20/2011 - 02:10 Portuguese
Poesia/General Arbítrios, broquéis contra missal 0 1.533 11/11/2011 - 22:07 Portuguese
Prosas/Otros Apenas num jornal 0 1.650 10/30/2011 - 00:42 Portuguese
Poesia/General A Capa e o Roubo 0 1.553 10/30/2011 - 00:40 Portuguese