As palavras apaixonam-me
As palavras apaixonam-me
O que não me mata, ironicamente destrói-me,
Escrevo claro iluminado pelo eco de mim próprio, não tão prodigamente nos outros, como pode escrever qualquer maior ou menor escritor; lembrei-me de facto de escrever este texto pequeno e breve, pois todas os escritos são breves, são dignos e embora alguns não o sejam tanto, serão sempre dignas e breves todas as palavras, elas são e serão solenes, nobres e signatárias da nossa lenticular e particular reflexão e da minha maior admiração, assim como a poesia, a mistura de castas é que melhor transforma e transporta dos quininos o sabor e mais paladoso se torna o vinho assim como nos cereais pois não somos todos “farinha do mesmo saco”, iguais e monogástricos. Amo acima de tudo a multidisciplinaridade, adoro os multi cereais do pão fresco, no cuscuz marroquino, pois nem todos somos iguais ao farelo alguns somos mais como as lentilhas, como no meu caso e cabe-me defender o bom nome cerealífero respeitando e sendo-o tb e identicamente todos os outros cereais, papais ou não tão monásticos,
Focado no eco do golo e um pouco pelo ego não dissimulado mas muito grande, largo e que expresso de orelha a orelha num sorriso sem complexos e acerca do peso que no rosto ocupa uma conquista, do que uma sílaba sonora gritada a forte possa contar de imenso num texto sem morte. Não sendo nem daqui eu nem de lado nenhum e de toda a parte um pouco, sinto-me um optimista pouco reservado, mais do que posso explicar por palavras, com sorte e por poder dar ao mundo o meu mundo como uma espécie de eternidade compreensível, as palavras apaixonam-me e através delas amo a possibilidade de dizer coisas que ostentem título e acrescentem a realidade com mais um capitulo, um cabelo, uma estrela, uma estrada
Desprezar-me ou desconsiderar a minha orografia, o meu alto relevo, é de facto intolerável impensável e inaceitável, sou incontornável, relevante e incontrolável por direito de vocação, impossível deixar de ver, vislumbrar uma gigantesca montanha para quem não faça uso de óculos muito, muitíssimo graduados ou simule cegueira selectiva estrábica, ofereço gráfica e gratuitamente a minha topografia zen, dou-a de graça e todo um esforço intelectual criativo, todo o meu altruísta trabalho em prol de muitos, como um cego sem abrigo tocador de acordéon/concertina em planas Ramblas de Barça, harpa na ponte que une Budapeste nos dois lados, em Viena , no Prado, em Bucareste, no Soweto.
A dita simpatia, estima ou a esgrima virtual é, são de facto capciosas, falsas, sou viril e crivelmente incontornável de espátulas, na cintura e no peito nem tanto, afeição virtual não é o meu prato ou órgão predilecto para ser consumido em jejum, insectos não são meu producto favorito no supermercado, não sou tolerante à lactose quer por fora nem do avesso, quem simula viral afecto por uma institualizada instituição web e fiduciária é demente, é o que eu sou mas no outro sentido, não simulo sanidade mas loucura premente e da forte, não discuto imbecilidades, boçalidades, o meu verniz não estala por “dá-cá-aquela-palha” nem nas espátulas porque não existem, não faço uso de matizes primários ou esboços, gralhas, sou o simulacro do fingimento congénito, a institucionalização instituída de um guisado à Bordalesa afinado, quem disser o contrário ou o oposto, mente. Qualquer ser/ lugar vigente ou vincendo onde se transformem objectos lugares e ambientes em amantes visuais, é digno de devoção, da vossa total e honrosa, honorífica dedicação eu estou deste outro lado, o do Pinho Bordalo, a minha vocação é ser idolatrado, escarificado, ser objecto de oração, escanção, conjura.
O que vos dou, ofereço é o meu dom de sonhar alto, é um original estigma contiguo a mim mesmo, um pecado cerebral, um pedaço do ego a contrição de mim mesmo, iniciático e messiânico, pois jamais estarei em saldo nem me vendo a retalho pelo meio da rua, não sou um versátil entretenimento de massa bruta, nem de entendimento linear à escala universal, basta-me ser eu para ser algo diverso, divergente, diferente de distinto no que sinto acredito distingo e percebo.
Reservo a Hiper funcionalidade dos sentidos, do processo cognitivo, à fetal especulação acerca dos relevos sensoriais, do que me vai na alma e dos mais que me inspiram, das fontes que me estimulam, não aos mancos de caráter manso, do heráldico manancial de águas puras e não da manada suja, poluída, porca imunda, da corja infecunda, da gentalha, da fatal gamela virtual.
“Errare humanum est, perseverare autem diabolicum”, o erro obstinado e continuado é insuportável, aprendemos a fazer, fazendo-o mal ou bem, realizando-o apenas e só.
Há um dessorado, breve poeta que se senta à mesa sempre mais cedo que todos os outros, regularmente à minha direita, quando é citado na poesia por quem está sentado em frente ou á esquerda, por vontade própria ou por qualquer outra razão, ele parte quase de imediato, em silêncio e sempre antes de brindarmos, braço ao alto, copo na mão destra. Parece sonhar discreto, sombrio quando é tido por ter dito algo que não disse, no que não é dito certifica-o, pois sorri e aí respira curto mas fundo, suponho eu que sempre na pausa mais longa ele foge da mesa, estou certo que tod’o poeta que se retire da mesa antes do brinde é porque entardeceu lá fora cedo e precocemente, em contrastes de sombra, luz e temor em regressar tarde a casa, breve ou cedo. Todo o poeta que se ausente cedo é por temer regressar tarde a casa.
Jorge Santos (Dezembro 2022)
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
Submited by
Ministério da Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 3525 reads
other contents of Joel
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/General | Notas de um velho nojento | 29 | 4.600 | 04/01/2025 - 10:16 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Ricardo Reis | 37 | 2.632 | 04/01/2025 - 10:04 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Insha’Allah | 44 | 2.914 | 04/01/2025 - 10:03 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | São como nossas as lágrimas | 10 | 2.178 | 04/01/2025 - 10:02 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Recordo a papel de seda | 19 | 414 | 04/01/2025 - 10:00 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Duvido do que sei, | 10 | 697 | 04/01/2025 - 09:58 | Portuguese | |
Poesia/General | Entreguei-me a quem eu era | 10 | 727 | 04/01/2025 - 09:56 | Portuguese | |
Poesia/General | Cedo serei eu | 10 | 788 | 04/01/2025 - 09:55 | Portuguese | |
Poesia/General | Não existo senão por’gora … | 10 | 1.183 | 04/01/2025 - 09:54 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Cada passo que dou | 15 | 2.906 | 03/28/2025 - 22:11 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Quem sou … | 16 | 3.807 | 03/28/2025 - 22:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | A essência do uso é o abuso, | 14 | 4.987 | 03/28/2025 - 22:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Percas, Carpas … | 12 | 705 | 02/12/2025 - 10:38 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Tomara poder tocar-lhes, | 12 | 955 | 02/11/2025 - 18:58 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Pois que vida não tem alma | 20 | 475 | 02/11/2025 - 18:37 | Portuguese | |
Poesia/General | Pra lá do crepúsculo | 30 | 4.477 | 03/06/2024 - 12:12 | Portuguese | |
Poesia/General | Por onde passo não há s’trada. | 30 | 5.450 | 02/18/2024 - 21:21 | Portuguese | |
Poesia/General | Sonhei-me sonhando, | 17 | 6.028 | 02/12/2024 - 17:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | A alegria que eu tinha | 23 | 6.759 | 12/11/2023 - 21:29 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | (Creio apenas no que sinto) | 17 | 3.101 | 12/02/2023 - 11:12 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Vamos falar de mapas | 15 | 9.057 | 11/30/2023 - 12:20 | Portuguese | |
Poesia/General | Entrego-me a quem eu era, | 28 | 3.993 | 11/28/2023 - 11:47 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Homem é um animal “púbico” | 11 | 6.395 | 11/26/2023 - 19:59 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | No meu espírito chove sempre, | 12 | 2.862 | 11/24/2023 - 13:42 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Os destinos mil de mim mesmo. | 21 | 7.834 | 11/24/2023 - 13:42 | Portuguese |
Add comment