Flores Indizíveis

Flores Indizíveis


Há flores indizíveis, da mesma cor da minha sombra,
E quando as descrevo, são elas quem m’alembra,
Que não tenho, nos olhos a mesma nitidez
Do girassol, nem a solidez do chão, em que poisam cardos

Ou nas veias, a acidez da planta alcalóide,
Apenas partilho, com a natureza, a vontade
De me fazer dividir, pelos sentidos vasos,
Se bem que não ache, a porta dos humanos

Órgãos e entrar na pele deles, (Homens) é bem mais difícil,
Teria de pesar o juízo certo, ser d’eles uma indivisível ideia,
Com’um sonhador falso, entre tantos, sem fantasia
Nem assombro, ignorar a cor d’minha própria sombra,

A sombra das árvores ond’habito próximo.
Há flores invisíveis e com elas tanto me identifico,
Que, quand’as ofereço, esqueço que é o meu próprio
Sangue ou veneno, que perco em quanto escrevo.

Joel Matos (12/2010)
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Sábado, Diciembre 18, 2010 - 22:08

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Joel

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Se doar em escrita de flores

Se doar em escrita de flores indiviziveis é perder o sangue o veneno ,assombrar-se com a fantasia dividir os sentidos em vasos ...
Muito bom te ler !!!
Beijo
Susan

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