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Porque chove
Há teias de névoa sobre as árvores nuas
O vento traz mensagens e envolve-nos
É cinzento o ar e a noite cai nas ruas
Para onde irá, que não leva pressa, a luz?
E as coisas apagam-se, são vozes sem corpo
Tenho medo das coisas que há na noite e que não vejo
Sinto o vento soprar-me na cabeça e só desejo
Que me não possua mais este inverno morto
O meu corpo afunda-se em nada
Ou antes nesta tristeza calma
No vento e na noite fechada
Já não tenho mais que esta certeza
Chove na minha alma
Como na natureza.
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Ministério da Poesia :
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