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Voto em Branco

Veto Branco da Morte
Já fui fio-de-prumo, primo
Do compasso, esfera armilar,
Cavaleiro d’malta, cruzado,
Invertida pirâmide, credo.

Com vasculhos, do tojo abrunho,
Varri grilhões, desta vil Terra,
E porões, de nau negreira,
Fui falo, d’convento capitel,

Mendiguei, por pães e guita,
Verguei’m’a um ideologista,
De foices, martelos e’Corão,
Ceifeiro, d’cearas d’outros,

Maçom, secretas sociedades,
De todas que “Dei Opus” tem
Como falsas e sem confiança
Em sinos,concílios ,Deuses.

Não me orgulho, de ter sido
Pira d’corpos, cremados na praça,
Imposto de guerra, d’rei déspota.
Chacina em Jerusalém, Darfur.

Sinto despontar um presságio
Maligno, quando urna sem voto
De protesto, sou, em reino,
Onde à sorte, não pertenço.

Já fui, fio d’prumo, compasso,
Tudo, e minh’alma, sem dono,
Não pertence mais a’quem manda,
Mas sim à morte…

Joel Matos (10/10/2010)

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segunda-feira, março 5, 2018 - 11:25

Ministério da Poesia :

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