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Assimétricos
Tenho no sangue a geometria.
Variáveis tangentes de humor obtuso.
Perpendicular e recto quando enrijo
Cimento nos verbos chapados de vidro.
Depois quebro…
Espalho cacos de palavras num plano assimétrico.
Toco circunferências á volta da expressão,
á revolta do vértice que me aponta o dedo,
com palmas de mogno no esquife da percepção.
Ele é urras, é vivas, esféricas lágrimas de crocodilos excelentes.
Paralelos desviados por segmentos de duvida…
Que interpretam a letra dentro da alma.
Não alinho por aí…
Sou quadrado.
Gatafunho rendas de melodia nos textos.
A mim o que importa é sinfonia nas mãos,
que mestra infinitos até ser poema.
Sou um quase de todo mais ordinário.
Foda é amor porque também o é.
Cocó é merda em riscos disformes…
E pinto os bois muito direitinhos para chama-los pelo nome.
Com licença…
Quero pasmar um babo de olho incrédulo de não acredito…
Minúsculas letras, construídas urgências de saltar à vista.
Vêm de todos os equiláteros do fogo que ferve nos dedos sequiosos.
Temas tão díspares quanto Saturno.
Então negativos da vida em teia gramática clareiam vivencias.
Não há pincel translúcido que ultrapasse o vocábulo que se projecta e se diz.
Só talvez o palpar da terra e do cheiro,
seja tão argentino quanto a palavra.
Por isso mesmo qualquer cavador é poeta maior sem saber ler…
Do que muito idiota que vive a escrever.
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Poesia :
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Comentários
Re: Assimétricos
O que posso dizer do teu poema:
Perfeita disformidade uniforme !
Muito bom !!!
beijos
Susan