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A carne
Odeio a minha cara.
Odeio como lhe sinto as expressões e tenho consciência de cada músculo. Tenho consciência, porém não controlo. Odeio-a tão rígida, não sei o que fazer com ela. Por vezes é como se não fosse minha.
— Rigoroso sentido esse, o Imutável. Querias parar de sentir, pois bem, corta-a fora. E deixa essas expressões medonhas irem com ela. Espera, depois, que nasça uma nova, perfeita para o uso que lhe dás. E o sentido, diz-me se se foi embora.
— Não tens, no rosto, as linhas puras que pretendo alcançar. Transformas-me em algo que eu não sou. Roubas-me de mim pela crueza da tua expressão. Não obedeces aos teus sentidos! E, no final, troças de mim levando-me a pensar que és o que não és?
O que dizias do Imutável? A razão deixou-o há muito. Vil criatura do céu e do inferno. O sentido é que perdeu a direcção! Sentimentos parados no tempo. Ó pele, porque não me pertences como vejo nos meus semelhantes? Traz-me a expressão, devolve-ma à cara. A alma está cansada de ser traída. Músculos teatrais, senti — por uma vez que seja! Representam sempre o texto de outro autor que me é estranho. E vós, ossos, não fosse precisar de sustentar os orgãos dos sentidos, e partia-vos com um pedregulho encontrado na praia. Talvez assim a vossa estrutura se parecesse mais comigo.
Anseio, enfim, libertar-me desta coisa que é a carne. Deixa-la toda a apodrecer e gozar, assim, a vontade que é a minha.
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