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Muralha líquida

Muralha líquida

O que exclamar das classes superficiais
Dos passos cados do outdoor ambulante
Da norma ferina, da causa passante.

O que exclama da inútil praça dos passantes
De poucas moças bonitas, de poucos filósofos
O que exclamar sobre o questionamento avulso
Das palavras jogadas ao descalabro.

Não! Não faltou poesia, era novembro
Ou faltou a politicagem dos partidos políticos
Mas não faltou medo nas ruas.
Mas casas ainda dormem sobre o velho céu estrelado.

O que dizer da moça bonita e da profundidade do seu olhar
O que dizer da profundidade dos seus valores,
Nada! E é preferível o nada a invadir sua bela imagem
Nesta destrutiva passagem existencial.

E o homem de muletas?
Os passantes cados e pardos?
Passos de velhos homens
Mortos, apenas.

Será que faltou a sinfonia de Beethoven?
E o pobre poeta a apreciar os céus?
Creo que não faltou o último gole de café
Não havia solidão no cais.

Não! Não morrerei agora e pouco menos compreenderei as flores
A gênese do absurdo, a complexa solidão dos loucos
Os sofismas, os estratagemas, os vagos sonhos
Sobre os impecáveis jardins suspensos da babilônia.

Há barulho nas ruas, há solidão nas almas negras, nos rebanhos
Dos vampiros noturnos a extirpar as tetas do estado
Da Rua 15 de novembro, dos tardos passos
Que não tocaram o vago solo da praça.

Sei que este poema não será perfeito
Pois não tenho como descrever a dor dos haitianos em plena guerra
Contra a casualidade absurda da natureza.

Não! Sei que deste pouco que sopra o sopro
Do poeta que poetisa a plena forma
Ficam rastros noturnos sobre as velhas portas
Da Maria fumaça que não partiu
Em plena modernidade.

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domingo, maio 2, 2010 - 05:45

Poesia :

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ntistacien

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Re: Muralha líquida

E o homem de muletas?
Os passantes cados e pardos?
Passos de velhos homens
Mortos, apenas.

Uma intervenção forte e realista!!!

:-)

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