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Sonho de um Jardim de Vida - Parte IV

O telemóvel tinha tocado várias vezes e, mesmo assim, ela não acordou. Tinha tido um sonho muito estranho que a fez suar e a sua cabeça latejar como se tivesse um tambor a ribomber dentro dela. Quando ela acordou, apenas conseguia recordar-se de ter estado num porto, chorando, enquanto olhava para um navio que, entretanto, partia. Não era um cruzeiro, mas sim um navio da Marinha, contudo, não se viam armas no convés. Depois de um esforço, ela podia lembrar-se de um rosto que viu no navio. Abanando a cabeça para ter a certeza de que já se encontrava acordada, ela olhou para o ecrã do telemóvel para ver as horas. Três chamadas não atendidas… o ruído que ela tinha ouvido no seu sonho, como sendo a sirene do navio, tinha sido, na realidade, o toque do seu telemóvel.
Ainda abalada pelos efeitos do sonho, ela viu que as chamadas eram de Alex, todas! Ela quase não conseguia usar as teclas do telemóvel, de tanto tremer. Fez a ligação e ele atendeu.
- Olá meu doce, o que aconteceu? Não atendias as chamadas e eu estava preocupado…
- Desculpa, bebé, adormeci.
- Eu deduzi que algo tinha acontecido…
- Foi só um sonho mau, não me deixava acordar.
- Outro sonho… preferia que fosse um bom… que sonhasses connosco juntos, como da outra vez…
- Quem me dera, meu amor, quem me dera!... Mas já estou acordada.
- Sai para fazer umas compras e estou a chegar a casa, Quero que estejas pronta para sair. Veste bem, por favor… sabes o que quero dizer?
- Sim, claro. Podes dar-me uma pista?
- Depois vês, bebé! Não te preocupes. Estarei aí num minuto. Prepara-te!
Quando ele chegou, ela estava quase pronta. Ele fitou-a.
- Quase não te reconhecia, meu amor! Ficas tão diferente nessas roupas… Nem melhor nem pior, apenas diferente – dito isto, ele beijou-a, no início suave e com carinho; depois, apaixonadamente, ainda que tentando não amarrotar as roupas dela e não lhe estragar a maquilhagem, se bem que ainda não tinha colocado o baton – Amo-te tanto que podia esquecer-me da entrevista e ficar aqui, abraçando-te para sempre!
- Ah, uma pista! – disse ela, ainda abraçada a ele – Então é uma entrevista…
- Para um emprego off-shore. Amanhã, começas o treino de sobrevivência. Estás pronta, minha doce aventureira? – perguntou-lhe ele, com um sorriso de felicidade espalhado por todo o seu rosto.
- Mais que pronta, minha vida! A única coisa que me preocupa um pouco é como estarei quando chegar aos escritórios… sabes, o vento e o capacete… pode estragar a minha apresentação… entendes?
- Isso é a outra parte da surpresa. Olha lá para baixo, pela janela…
- Lá em baixo? Não vejo a tua mota… só um BMW azul… - ela colhou para ele, com os olhos abertos de espanto. Viu-o sorrir – Aquele BMW… é teu?
- Não querida, é alugado. Apenas para irmos até Aberdeen e experimentar a sua performance. Se gostarmos, compraremos um…
- Nós?! Mas eu não tenho dinheiro… Não posso!
Ele olhou para ela, em silêncio, por alguns minutos. Ele só podia esperar esta reacção da parte dela, conhecendo-a como a conhecia. Ela era muito simpática, muito carinhosa, mas também muito orgulhosa. Ela nunca aceitaria um presente de tal preço. Como poderia ele tornear a situação? Ele tinha que pensar rápido e sensatamente. Finalmente, a resposta apareceu na sua mente, como um relâmpago.
- Olha, meu doce, desde que cheguei ao teu apartamento, até agora… isto não é partilhar o que temos?
- Sim, mas…
- Sem mas, por favor, ouve-me. Como tu nunca aceitarias este tipo de presente e eu não poderia partir o carro a meio, a única hipótese que me deixas é considerar que o que é meu é teu e o que é teu é meu, certo? E isto, estou certo que não vais recusar…
- Está melhor, muito melhor, bebé. Abraça-me forte, por favor…
- Eu abraço-te, eu abraço-te, mas ainda não comprei o carro! – disse isto e eles riram-se, abraçados – Vamos lá, bebé, temos que chegar a Aberdeen antes das 14 horas!
A performance do carro foi óptima e eles olharam-se algumas vezes e os seus olhares não precisaram de palavras. De repente, ela pensou sobre o trabalho off-shore.
- Bebé, ainda não me disseste se nós vamos trabalhar juntos off-shore…
Ele não tinha uma resposta imediata para lhe dar e isso preocupou-a.
- Meu doce, eu falei-lhes de nós mas não posso garantir que… Eu penso que eles vão ter isso em consideração…
- E se não? – ela estava quase triste – E qual é a tua vontade? Queres que eu vá contigo?
- Ainda não sabes a resposta a isso? Claro que te quero sempre a meu lado, meu amor! E não preciso de te perguntar se…
- Porque já sabes a resposta… desculpa, meu amor, já sei que me amas, mas… tu podias querer o teu próprio espaço… desculpa, é o meu passado a falar por mim…
- Quando eu disse que vamos partilhar tudo, eu quis dizer as nossas coisas, as nossas vidas, os nossos espaços também. Podes não acreditar, mas rezo para que este off-shore seja para ambos e, como disseste há tempos, querer é poder, basta acreditar!
- Amo-te tanto, Alex. És a minha vida!
- Amo-te muito também. As nossas vidas pertencem um ao outro; estamos a partilhá-las
Algumas milhas depois, com a sua mão sobre a dele, ela olhou-se ao espelho.
- Que achas, fofinho? Estou a sentir-me estranha: não sei se terei exagerado na maquilhagem…
- Estás magnífica, meu doce, a tua maquilhagem está muito suave. Estava a pensar, até, se eu não a teria tirado quando nos beijámos, Estás resplandecente!
- O nosso amor opera milagres, bebé. E tu estás ainda mais charmoso que nunca, my gorgeous captain! – ela sorriu – Felizes como estamos, seremos o casal mais fantástico do mundo!

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quinta-feira, julho 23, 2009 - 23:36

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