Eu não podia sentir no nevoeiro (Ossip Mandelstam)

Tua imprecisa imagem de ansiedade,
Oh meu Deus,foi o sussurro que primeiro
Me saiu do peito bem contra vontade.

O nome de Deus,como um pássaro grande,
Do meu peito a voar se despedia!
À minha frente paira um névoa espessa,
Atrás ficava uma gaiola vazia...


Ossip Mandelstam (1891 – 1938),

Varsóvia, Polônia, era parte do Império russo na data do nascimento) de uma família de comerciantes judeus, estudou filologia e história na Universidade de São Petersburgo. Inicia a atividade literária em 1910, quando publica alguns poemas na revista Apollo (1909-1917).

Um dos fundadores do Acmeísmo, corrente fundada em 1912 e que representava a tendência individualista extrema em arte, pregando a arte pela arte, a beleza pela beleza. Permaneceu pouco tempo no movimento.

Seu primeiro livro, Pedra, de 1913 é marcado por suas pesquisas rítmicas e reflexões sobre a linguagem. Em sua primeira etapa, o poeta sofre a influência dos simbolistas franceses, mais tarde, um pouco antes de sua morte, retrata a crua realidade em que se encontrava, sobretudo depois de sofrer com o exílio imposto por Stalin, de quem denuncia a cruel intolerância num poema que lê para um grupo de amigos.

Mandelstam é considerado o maior dos acmeístas e um dos mais sóbrios intelectuais russos de seu tempo, não se opondo à Revolução de Outubro, também não partilhou da euforia que dominou alguns artistas do período.

Contando com poemas e ensaios, sua obra não é muito extensa. O rumor do tempo (1925) e A viagem à Armênia (1930), dois textos de reminiscências, foram publicados no Brasil pela Editora 34 em 2000, num único volume, com tradução de Paulo Bezerra.

Submited by

Sunday, August 28, 2011 - 20:42

Poesia :

No votes yet

AjAraujo

AjAraujo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 6 years 20 weeks ago
Joined: 10/29/2009
Posts:
Points: 15584

Add comment

Login to post comments

other contents of AjAraujo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Dedicated Auto de Natal 2 1.973 12/16/2009 - 03:43 Portuguese
Poesia/Meditation Natal: A paz do Menino Deus! 2 3.202 12/13/2009 - 12:32 Portuguese
Poesia/Aphorism Uma crônica de Natal 3 2.833 11/26/2009 - 04:00 Portuguese
Poesia/Dedicated Natal: uma prece 1 2.372 11/24/2009 - 12:28 Portuguese
Poesia/Dedicated Arcas de Natal 3 3.289 11/20/2009 - 04:02 Portuguese
Poesia/Meditation Queria apenas falar de um Natal... 3 3.459 11/15/2009 - 21:54 Portuguese