Abocalipse

Apocalipse da boca;
voz entre lapsos putrefatos.
Sintaxe e virgulas
descem pela garganta.
Glossolalia escorre
pelos cantos dos lábios.
Metalinguagem, metalinguagem,
metalinguagem.
A meta é linguagem;
Vai, mete a linguagem...
Até ejacular pus psíquico
na cara do destino.
Excreção doentia
está para os tubos digestivos,
tal como a TV
está para mente vazia.
Deus é licença poética,
na pontilhada está assinado.
Reconhecido firma em três vias
e papel timbrado.
Quanto ao Messias?
É apenas mais um estagiário.
Carrega a cruz no peito
e recebe aquela mixaria
que chamam de salário.
Quinquilharias e miragens
tornar-se-ão tão
pejorativas à realidade.
Em sua língua,
Dê-me um ultimo minuto de utopias,
que terei os anos
mais felizes de toda a vida.
E no principio...
No principio era o verbo,
mamando o leite coalhado
da virgem dislexia.
Um gosto metálico e ácido
com aroma de datilografia.
Enquanto demônios e mitos
são exorcizados pela etimologia.
Ouça o ruído esculpindo
seus ecos no silêncio defasado.
Mais uma vez o altar de Harpócrates
teve de ser profanado.
Oh, LSD Sacramental!
Oh, cortesãs e concubinas!
Joguem o cordão umbilical
para palavra prostituída.
Oh, protocena que afirma
que o moralista é só mais uma enrustida.
Olha como o adverbio
têm sido mal influencia
para o adjetivo.
Olha sua mania de grandeza,
e o porquê quer ser tão superlativo.
E sem moral termina a fábula.
Porque a boca está cagando
pro que se fala.
A merda, o mijo e o escarro santo.
Sêmen!

Bruno Sanctus.

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Tuesday, June 4, 2013 - 22:44

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Bruno Sanctus

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Muito bom! Gostei :)

Muito bom!
Gostei :)

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...

Obrigado!

Fico feliz que o tenha apreciado.

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