Contigo eu sou mais forte e tu bem sabes...
e a esmo tento achar velho caminho...
Soturno não mais sou, mas não renego
os dias que, sem Sol, foram mais frios
e eu quase despenquei do meu abismo...
Procuro um novo tom, nova canção,
que faça eu me lembrar daquelas pedras
que vinham num rolar muito excitante
perante a minha face embevecida...
Querida! Tu bem sabes: és refúgio!
Regaço que me aquece e me adormece...
Assim, tão protetora, me dás força!
Parece que sem ti já não há vida
e os beijos que não sinto me sufocam...
Quisera esse monóstico trazer-te...
Lá fora a chuva força um aconchego
e o medo é bom parceiro. Ele me alerta!
Quem salva tem dever de manter vivo!
Não temas ser chantagem, mesmo sendo,
pois rendo o meu querer ao teu dispor...
Por que não desejar os meus carinhos,
se alinho esse meu tato à tua derme
e, inerme, tu tens mais porção de gozo,
enquanto a minha tez mais te deseja?
Vem cá me proteger da tua ausência
e deixa esse meu rio banhar teu istmo
até que seja tarde para o vento
que tenta separar flecha e aljava
que ficam mais bonitas quando juntas...
Contigo eu sou mais forte e tu bem sabes...
Desarmas meus silêncios. Vale a pena!
Serena, não atinas pras planícies
que foram as montanhas perigosas
das quais eu me lançava feito um louco
pra ver a cor carmim do frágil sangue...
Corri molhado em meio a tempestades
e tarde me peguei lavando a alma
sem calma, sem prelúdio para a morte
que tanto desejei, mas me salvaste...
Que queres para não partir de novo?
Renovo essa questão porque me apraz
a paz que só desfruto no teu seio...
Agora eu só apelo com sorriso,
pois siso já não tenho: sou teu, sabes...
Quisera esse monóstico trazer-te...
Muralha que não deixa a solidão
ver vão aberto para me invadir...
Querida juntos nós somos alarde!
Recordas de teu grito sem receio
ao ir comigo além de Shangrilá?
É lindo ver-te forte amazona
sem brida e num frenético trotar
por sobre o eu, corcel resfolegante,
perante o teu domínio, minha dona!
Não quero me livrar dessas catenas
Meus pulsos têm as tuas digitais
deixadas ao pedir por meus afagos
nos pomos, montes que olham para o céu
e fazem meu deleite... Como os amo!
Contigo eu sou mais forte e tu bem sabes...
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