Descontos carnavalescos

Era uma vez, num mundo hipotético e sem nenhuma ligação com o perfeito mundo desigual desse tempo...

Joelmarrie(nome hipotético), uma linda jovem que, adorava a época de carnaval pois, tinha a oportunidade para deixar as vestimentas habituais de lado para, enfim ficar seminua, pronta a alegrar críticos prepotentes como eu(outro quesito de mera hipótese) com frases do tipo: "a gente fazemos um grande esforço lá na nossa comunidade, pra por nossa 'Escola' na 'avinida'".

Robervaldson (belo nome hipotético!), sujeito de boa criação (o que não vem ao caso conhecermos), nutria grande paixão por Joelmarrie desde a primeira série do curso ginasial - os dois estudaram na mesma sala naquele fatídico ano de ...(não autorizado pela comarca distrital). Depois de quatro anos, tendo no primeiro a musa Joelmarrie ao seu lado e, os demais vendo-a desfilar com suas minissaias provocantes no pátio da Escola Prof.(sinceramente, ainda não veio ao meu saber o porquê de escolas terem, geralmente nomes de Professores... O que, não meu entender é um desrespeito aos prédios publicos!)Pinto( terrível mas, temos de acatar e aproveitar as brechas concedidas pelo sistema judiciário no país daquele hipotético mundo. No caso, liberou-se, após um café expresso oferecido ao Excelentíssimo Juíz distrital, apenas o último nome do Professor).

No final do quarto ano portanto, Robervaldson toma a iniciativa e pede Joelmarrie em namoro. A donzela estava comprometida com outro mas, o charme de grosso calibre de nosso galã prevaleceu...

Robervaldson conquista então sua grande amada. Deu-se, na sequência dos acontecimentos: o abandono dos estudos por ambos( tanto um quanto outro já haviam repetido quatro vezes seguidas no mesmo curso/ano); a gravidez prematura de Joelmarrie; o aborto "expontanêo" de Joelmarrie; a conquista no mercado de trabalho, primeiro com Robervaldson, depois com sua recém-esposa, atribuindo-se benéfices (do tipo: local de trabalho próximo de casa; participação 'involuntária' no consumo dos produtos manufaturados; entre outros); a entrada do casal na "Escola" da comunidade onde moravam; o aprendizado; Robervaldson torna-se exímio tocador de determinado instrumento(não autorizado); Joelmarrie ganha destaque como musa de determiado setor na "Escola"; a "Escola" é "campiã" de carnaval; Joelmarrie é entrevistada por uma emissora detentora dos direitos intelectuais de seus telespectadores; depois da dificuldade vem o dia-a-dia; Robervaldson consegue autorização da prefeitura para revender produtos de segunda linha no que chamam, naquele longínquo lugar "camelódromo"; Joemarrie fica em casa para cuidar de seus seis filhos com seu amado; ambos brigam bastante mas, no fins dos desfiles transbordam felicidades (as vezes choram, também!).

O crítico, sujeito ímpar, preferiu este texto à censura proposta pelo Presidente da República do estranho país (Ah! Estamos em ano de Copa do Mundo de Futebol... Fontes fidedígnas deste que vos escreve dizem que, este país personifica em sua bandeira: o branco da paz, vestido geralmente em viradas de ano e, aposentados em seguida; o azul roubado do céu, junto com as estrelas, enquanto chegavam à noite para repousarem; o amarelo da hepatite sexualmente transmissível; e o verde é o gramado de certo estádio que ainda é "o maior" sendo que, não o é há um bocado de anos).

Nunca é demais esclarecer: os nomes, interferências juridicas e do executivo, possíveis fontes de informações acerca deste texto, bem como os eventos citados e elaborados ao ponto de passar aos leitores a impressão de que são os únicos fatores de exportação a outros países e, o mais importante: o domínio de midia ilustrado não passam de HIPÓTESES. Até porque, convenhamos, o mundo já está uma carnificina cujo pretexto é o ganho capital em detrimento da vida humana...

Descontos carnavalecos a todos nós!

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Monday, February 15, 2010 - 05:34

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robsondesouza

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Re: Descontos carnavalescos

Um bom texto, fortes criticas sociais nele inseridas, e que muito me agradou ler
Robson não quer participar com este conto no Forum "Histórias Contadas?. Poderia dar-nos o prazer da sua participação?

beijos

Matilde D'Ônix

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