Rua das Almas
Nunca vi pela noite o caminho que percorri.
Meu desejo foi seguir...
Foi seguir esse profundo desejo em mim.
Nunca vi luzes na janela ou mesmo alguém.
Caminhos sem portas para abrir
Como um cego nas escolhas do que quis
O meu ego sempre esteve a me dominar os passos.
Vejo que todo o dia é noite por aqui
Mulheres da côrte fingindo-se feliz
Eu me enganei em tudo o que imaginei.
É como se a vida na terra tivesse sido um ventre.
Um segundo parto cujas dores afetam o nascente.
Rua das mil variáveis inéditas.
Sempre um mistério sem raiz diante do nosso nariz...
Nada do que eu quero ou esperava
O vazio aqui tem pernas... Um mal que não nos alcança ainda.
Quando eu olho para o lado,
Tanta gente viva alheias qual zumbis
O que tenha em frente agora é algo que não imagino
Tantas nuvens baixas entre sombras vis
Com um convite às almas, todas salvas por um triz.
Decidi resistir novas ideias
Sou um novo nascido nestes palmos de estranheza.
Valem-me as crenças de um mundo espectro de milhões de paradigmas.
Valem lembranças das velas e de uma oração feliz
Lágrimas em pétalas de rosas...
Enfeites em plantas vistosas.
Sentiria toda força diso que exala em mim.
As Almas dessas vastidões queriam ter
Parte na minha aliança...
De longe acenavam suas presenças.
Para voltar, só o que precisava era aceitar
A condição de não saber nada além de mim
Todo o restante seria o meu fim.
Eu fugi para nunca mais voltar
Na Rua das almas quem caminha tem
De deixar de ser o que lhe mais convém...
Nunca mais o outro...
Vivo, eu quero ser... enquanto for alguém
Na Rua das Almas sei... não há ninguém.
Para olhos bem vivos...
Somos muitos sem a atenção de quem no mundo
amamos tanto, amor que para sempre, para sempre além.
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Ministério da Poesia :
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