Crime

Crime? Talvez ter inspiração e não ter como escrever,
Falar mesmo quando já não há nada a dizer,
Ser poeta de mil frases que a folha rejeita,
Escrevo poemas, como quem cozinha sem receita,

Crime? Escrever quando o papel já está preenchido,
Como quem pinta telas abstractas sem ser compreendido,
Ponho nesta folha as palavras que a boca não diz,
São simples as palavras que requinto e te farão feliz,

Crime? Crime é a arte do plágio e dos plagiadores,
Não ter inspiração e pertencer ao mundo dos copiadores,
Só já confio nas palavras que passam pelas minhas folhas,
Um dia elas serão valorizadas como minhas escolhas,

Crime? Abraçar um verso por mera fantasia,
Fechar as persianas e impedir o verso de ver luz do dia,
Sou poeta de palavras do infinito,
Crime passa por ti e pelo interdito.

Poeta do Infinito