Sofrimento

Hoje em dia as pessoas são apagadas, como os erros pela borracha,
Hoje amigos, amanhã amores, depois de amanhã desconhecidos,
É muita falsidade e cobardia que a minha mente hoje acha,
Hoje acordei e lembrei-me de todos que por mim foram esquecidos,

Lembrei-me de tudo o que ontem era, hoje já foi, e amanhã não volta,
Talvez por muitos me magoarem foram apagados,
Hoje sobre mim accionei esta bruta revolta,
Quero voltar ao tempo em que não sabia o que eram pecados,

Fechei agora a porta do meu quarto e as lágrimas fluíram,
Será que amanhã vou conhecer-te? Serás desconhecido?
Amanhã irei passar ao lado de todos aqueles que minha vida construíram,
E vou abraçar o tempo num choro constringido,

Vou olhar para a tua cara, vou sentir ódio e depois chorarei,
Quando pensares que te vou abraçar, abraçarei a dor,
Quando pensares que vou falar, a boca fecharei,
Se a vida para ti é comédia, não tornasses a minha um terror,

É estranho, amanhã passar na rua e não te querer conhecer,
Dizer “aquele rosto não é estranho” e seguir com as feridas,
Tentar abrir a boca para falar, mas ter medo do que vou dizer,
Sentir as mãos frias quando por luvas são aquecidas.

Poeta do Infinito