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Em Vila, Praia ou Âncora …
Não fosse chuva eu já ser,
Mar não me faria …
Vila, praia ou âncora forte,
Trafalgar, “V de vingança”,
Caio com’a chuva cai
Sinto-me não gente,
O que quer que diga
É brando leve … leve,
Há quem louve ou ignore
A chuva, mesmo a séria
À janela e ao algeroz da telha,
Mas à chuva caio em mim,
Persigo o ritmo da que cai,
Branda e leve leve e pura,
Fura-me a pele e a mente,
Sinto-a tanto, sou gente
Ao d’Leve, leve branda a pele,
Que m’enleve o vento,
Levo o tempo, imortal
Me fez, m’faz chuva e chover
Fará outro e outros, chuva
A ter, valsa da chuva, valsa
Dos monstros, angústia
É sentir peso, a chuva não dói,
Caio com’a chuva cai,
Sinto-me vivo e leve,
Chove com paixão,vejo
No mar em frente uma ilha
Lá fora a barca, o paúl ao mar
Inútil lhe parecia, um braço,
A espuma e a praia, rente
À minha saudade parceira
E uma tarde mansa de estar
Na beira do que sinto,
Serem as gaivotas tantas
Por mim chiarem,
E ao meu ritmo d’galgo,
Talvez sentindo paz
Nesta minha dor, algo
D’mar partindo, mar de s’achar
Entre a espuma e eu a dançar
E o que a praia pintada d’branco
Me transmite em ondas
De ausência fria, chove em mim,
Tal e qual em gente,
Caio com’a chuva cai
E o quer que diga sinto,
Ou é a frio ou lava rubra,
Faúlha quente, mas sempre,
Sempre caio, com’a chuva cai,
D’enviesado e d’frente,
Brando e leve, fura-me a pele,
Fosse chuva eu ser,
O mar me faria em temporal,
Faísca, pranto, brado e
Branco quando quebrado,
Em Vila, Praia ou Âncora forte,
Trafalgar, “V de Victória”
Ou morte …
Jorge Santos(02/2018)
http://namastibetpoems.blogspot.com
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