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UM DIA POR TARDAR
Apagou-se a luz já não vejo
Estradas cristalinas no meu dia
Já se apagou em mim o desejo
A sombra à minha porta já é fria.
Já minha alma anda adormecida
Presa por um fio à tarde
Já dos sonhos ando perdida
Enquanto por perto trago a saudade.
Já meus pensamentos andam no escuro
Deitados numa secreta maresia
Meu passo já trago inseguro
Quando dou por mim, perdi mais um dia.
Daquilo que sinto no peito
E que às vezes parece tempestade
Rompem-se as estrelas de que é feito
E largam mil sóis de saudade.
Já não ouço, nem quero ouvir!
Dos sinos o som das badaladas
Acabou-se a luz vou ter que partir
Quando descer o orvalho nas madrugadas.
Já não há anos, nem dias
Já não há manhãs, nem há tardes
Já amarrei tristezas e alegrias
No meu triste canto apenas saudades.
natalia nuno
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natalianuno
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Comentários
Luz
Olá natalia.
Tenho seguido sempre a sua escrita.
Identifico-me cada vez mais com ela bem como a tristeza que ela carrega.
Mas que exista sempre, por ínfima que seja, um rasgo de luz.
Beijo
rainbowsky
Foi uma surpresa boa saber
Foi uma surpresa boa saber que me lês, obrigada,
também pela nossa parecença na escrita, de forma nostálgica,
gostei de saber e vou ficar atenta, pois gosto de ler poesia feita
com alma. No fundo temos também o nosso lado alegre que
compensa a melancolia.
Beijo
Obrigada amigo
Comentário
Uma poesia que traz o desencanto de um dia vivido numa tarde.
Desencantos cantados com lirismo.
Grata Maria, eu e minha
Grata Maria, eu e minha poesia te agradecemos o
carinho da visita.
triste canto
Mil sois de saudade na alma adormecida numa desilusão.
Resta-nos acordar, soltar as velas ao vento e seguir a eternidade...
Belo poema.
Sempre a saudade por perto,
Sempre a saudade por perto, mas não há volta a dar
dá para perguntar o que fiz eu do meu tempo?
Obrigada amigo
Todos os dias acontece
Porém, amanhã, o sol volta a nascer.
Todos os dias ele nasce. Se por acaso persistir
encoberto, um dia, as nuvens afastam-se e ele brilha,
radioso. Quando os ventos mudam (eles, sempre
acabam, por mudar) levam as nuvens, que
encobrem-no. Gostei do texto, bastante.
Aí reside a minha esperança,
Aí reside a minha esperança, que a vida se
lembre de me dar ainda alguns dias de sol.
Grata meu amigo
pela leitura e palavras bonitas que me deixou.