CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Ave do Parnaíso

Roxxanne brotou alterada, sem voz de pata ou gansa, Alaranjada ao invés de tutti-color , como gansa da quinta do parnaíso , da dita dimensão que se preze,de pescoço alevantado, longas plumas laranja e penachos verdeosos. Tomou-se logo de manifestas ostentações e, imediatamente; depois de se mirar, breve no lago, pela primeira vez . No galináceo arrabalde, levantou-se longo e lesto burburinho, eram tantos os aplausos e ovações tais quais das outras lhe prendavam a vaidade que bella Roxxanne tomou essa magnificência como verdade absoluta e magistral.

Foi num fim de tarde, um por sol de igual grandeza Cobiçou e desde logo namorou daí, do poleiro, ela ambicionou plágiar o brilho solar. Desfez-se Sol em claridade solestícia em longes e alturas de multicores nos céus do arco-íris orquestrando minuetes e tons de édens celestais.

Bella Roxxanne inflamou-se, os penachos laranja tintaram-se ,solarizaram-se e radiaram tal brilho que toda a capoeira saiu em alvoroço.Foi o suficiente para queimar as penas que a cobriam ; ficou sem pena alguma, tapada por uma pele burbulhenta e cachuchos , inchada até à ponta do bico que mais parecia um pato-bravo e mudo.

Fugiu dali espavorida, perante o susto, toda a quinta do parnaíso ficou escarapantada.

Não conseguindo encarar a luz de frente esconde-se entre a folhagem de uma grande Magnólia de folha caduca em Shang-ri-la, tinha–se transformado em filha bastarda do sol, os raios que outrora lhe davam vida açoitam a pele nua.

Como sabem, shang-ri-la é um reino laranjado em terras de laranjais e perto do território das nogueiras e dos Azeites na Provinciana Sadina.

Caiu a noite e disse-lhe a lua ,já cheia da melancolia da ave nua:

-Todas as flores já choram ,vês aquela rosa amarela encharcada em lágrimas ? Até eu já estou branca e baça de triste.

Vê... Roxxanne , como brilham as estrelas, algumas mais que umas outras, destas ,várias foram gigantes e agora não passam de anãs brancas ,todos nós tivemos oportunidade de brilhar pelo menos uma vez na vida ,temos de aproveitar ,como tu ; usar esse brilho, sim, mas fazê-lo durar o mais possível, como um archote na noite, quando este se apaga cedo demais podemos ficar às escuras e perdidos , sem luar, tens de felicitar-te por teres brilhado ,muitos nunca o fizeram com medo de se exporem, amanhã , outro galináceo será premiado com elogios e também pensará igualar o sol , eu , por meu lado , sou apenas um espelho ,nunca pensei , em ser mais brilhante que ele, contento-me com isso, mas tu ; tu és uma ave magnifica , porque sonhaste o sol.

Todos nós somos filhos do universo e de uma verdade inconciliável ,O Caos, pó das estrelas somos , já todos ardemos em fornalhas como o sol ,até eu própria e lançados no espaço , como filhos e viajando , para SEMPRE Nele.

Mais serena e confiante , a ave do Parnaíso , cantou pela primeira vez e a mais bela canção alguma vez ouvida, viveu feliz em chang-ri-la ou em qualquer outra história dos Homens

JORGE SANTOS

Submited by

segunda-feira, dezembro 21, 2009 - 23:48

Prosas :

Average: 5 (1 vote)

Joel

imagem de Joel
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 5 dias 4 horas
Membro desde: 12/20/2009
Conteúdos:
Pontos: 42009

Comentários

imagem de Angelo

Re: Ave do Parnaíso

Parabéns Jorge pelo texto.

Um abraço
Melo

imagem de Joel

obrigado

obrigado

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Joel

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Geral Pra lá do crepúsculo 30 3.293 03/06/2024 - 11:12 Português
Poesia/Geral Por onde passo não há s’trada. 30 4.171 02/18/2024 - 20:21 Português
Poesia/Geral Sonhei-me sonhando, 17 4.773 02/12/2024 - 16:06 Português
Ministério da Poesia/Geral A alegria que eu tinha 23 5.220 12/11/2023 - 20:29 Português
Ministério da Poesia/Geral Notas de um velho nojento 7 3.268 12/06/2023 - 21:30 Português
Ministério da Poesia/Geral (Creio apenas no que sinto) 17 2.245 12/02/2023 - 10:12 Português
Ministério da Poesia/Geral Vamos falar de mapas 15 8.104 11/30/2023 - 11:20 Português
Ministério da Poesia/Geral São como nossas as lágrimas 9 1.466 11/28/2023 - 11:11 Português
Poesia/Geral Entrego-me a quem eu era, 28 3.679 11/28/2023 - 10:47 Português
Ministério da Poesia/Geral O Homem é um animal “púbico” 11 4.986 11/26/2023 - 18:59 Português
Ministério da Poesia/Geral A essência do uso é o abuso, 1 4.175 11/25/2023 - 11:02 Português
Ministério da Poesia/Geral Insha’Allah 2 2.663 11/24/2023 - 12:43 Português
Ministério da Poesia/Geral No meu espírito chove sempre, 12 2.383 11/24/2023 - 12:42 Português
Ministério da Poesia/Geral Os destinos mil de mim mesmo. 21 7.303 11/24/2023 - 12:42 Português
Poesia/Geral “Daqui-a-nada” 20 5.044 11/24/2023 - 11:17 Português
Ministério da Poesia/Geral Cada passo que dou 0 2.517 11/24/2023 - 09:27 Português
Ministério da Poesia/Geral Quem sou … 0 3.227 11/24/2023 - 09:26 Português
Ministério da Poesia/Geral Ricardo Reis 0 1.259 11/24/2023 - 09:24 Português
Ministério da Poesia/Geral A dança continua 0 4.619 11/24/2023 - 09:23 Português
Ministério da Poesia/Geral A importância de estar … 0 2.936 11/24/2023 - 09:17 Português
Ministério da Poesia/Geral Se eu fosse eu 0 1.635 11/24/2023 - 09:15 Português
Ministério da Poesia/Geral Má Casta 0 2.759 11/24/2023 - 09:14 Português
Ministério da Poesia/Geral Neruda Passáro 0 3.140 11/24/2023 - 09:12 Português
Ministério da Poesia/Geral Pouco sei, pouco faço 0 1.948 11/24/2023 - 09:11 Português
Ministério da Poesia/Geral Do que tenho dito … 0 2.512 11/24/2023 - 09:09 Português