CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Espiral
Não chamo por ti, mas tenho-te esperado, confesso. Histórias passaram-se desde que tocámos o fim em placidez e o mundo nunca mais teve a mesma voz. Os meus ossos rangem no vácuo, inertes, mais frágeis e descrentes a cada instante em que não me sussurras ao ouvido. Distantes vão aqueles singulares segundos de tirar o fôlego que trocaria por anos de sonhos e ilusões. Em vez disso, conto dias sem cor que duram uma eternidade e uma eternidade de arcos-íris que, em busca da cor certa, para ela deixei fugir... Cometido tal erro, não há no cosmos um deus indulgente que perdoe a um beijo um abrir de olhos. Eu devia ter sido levado pela corrente, cego, deixando que os sentidos remassem por mim.
Agora é impossível viver sem te abraçar uma última vez, após o fazer por uma só vez. É ridículo pensar que uma só última vez seria o suficiente! O tacto que não sofro grita e propaga decepção no meu corpo e é por aí que me presumo morto. Sou um fantasma funambulista, conquanto mais perto de um remoto céu, ainda a um passo em falso de um inferno mais fundo…
Já em suspenso na escuridão, mergulho na parte oculta do icebergue e inclusive lá se revela inútil estar em todas as cabines telefónicas do universo. Amiúde perco sono por uma chamada que nunca recebo, por um toque a que não suplico mais que som. Mas nem aí, nem na liberdade nocturna, contemplo uma estrela disfuncional num milhão. Até de noite és a imagem da saudade que eu mais quero (e de novo) sentir bem longe e até de dia, à superfície, daria a visão por uma nova memória de luz.
A verdade é que necessito de voltar a conjugar o drama e a emoção como de ar nos pulmões, a realidade é que me limito a escrever uma ode aos raros e eternos momentos mortos que para sempre viverão. Sóbrio de tanto vazio, permaneço, em desvanecimento, na expectativa de perder a cabeça ao mesmo tempo que encontro o coração de tudo, quando nem em palavras te posso definir.
(02-12-2011)
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1327 leituras
other contents of Fran Silveira
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | Azul Perfeito (Mondrary Fields) | 0 | 50 | 02/20/2025 - 22:40 | Português | |
Poesia/Desilusão | Aurora | 0 | 55 | 02/14/2025 - 22:37 | Português | |
Poesia/Amor | Um Quarto | 0 | 138 | 12/07/2024 - 00:17 | Português | |
Poesia/Haikai | Ex-Haiku Do Além | 0 | 318 | 06/11/2024 - 08:20 | Português | |
Poesia/Comédia | Eu Somos, Eles É | 0 | 331 | 06/11/2024 - 08:12 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Como Voltar Um Lugar A Mim? | 0 | 1.225 | 12/28/2018 - 20:00 | Português | |
Poesia/Meditação | Horror Ao Vazio | 0 | 1.351 | 05/08/2018 - 04:18 | Português | |
Poesia/Comédia | Super-Pouco (Dêem-me Um Pouco De Atenção, Por Favor, Se Faz Favor) | 0 | 1.628 | 03/14/2017 - 22:07 | Português | |
Poesia/Paixão | Adoração | 0 | 1.440 | 02/25/2017 - 11:48 | Português | |
Poesia/Pensamentos | (Turquesa '98) | 0 | 1.112 | 12/29/2016 - 06:09 | Português | |
Poesia/Fantasia | Avelãs & Libélulas | 1 | 1.057 | 12/08/2016 - 12:53 | Português | |
Poesia/Amor | Ganchos | 0 | 1.104 | 10/26/2015 - 02:13 | Português | |
Poesia/Fantasia | (En)Canto Do Cisne Laranja | 0 | 1.367 | 11/23/2013 - 01:57 | Português | |
Poesia/Paixão | 14 | 0 | 1.343 | 11/11/2013 - 00:12 | Português | |
Poesia/Paixão | Quimono Circunflexo | 0 | 1.289 | 11/01/2013 - 02:28 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Espiral | 0 | 1.327 | 08/16/2013 - 00:44 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Ecrã | 0 | 1.214 | 08/15/2013 - 19:42 | Português | |
Poesia/Fantasia | Alba Atroz / Panda Crónico | 0 | 1.220 | 07/31/2013 - 22:50 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Transcorrer | 0 | 1.283 | 02/10/2013 - 23:31 | Português | |
Prosas/Outros | Manifesto Depurista | 0 | 1.089 | 02/09/2013 - 16:29 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Memento Mori | 0 | 1.183 | 11/29/2012 - 03:25 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Rosa Em Azul | 0 | 1.086 | 10/28/2012 - 19:22 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Lanterna De Papel | 3 | 1.174 | 10/15/2012 - 21:41 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Anos De Chocolate | 1 | 1.169 | 10/06/2012 - 15:17 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Palavra Puxa Silêncio | 0 | 987 | 10/06/2012 - 14:13 | Português |
Add comment