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E...
Nuvens coalhadas na tarde...
Lábios com gostos de nascer do sol anunciam
Gestos marcantes marcando prazeres
Mãos macias tapam a visão
E vem a imperfeição da noite
Num sal que brilha salgado a alegria do choro
Sonhando a vida apartada de escrava realidade.
Assim e mesmo assim
Chaves em trincas presas às ferrugens
Dum metal com pele enrugada
Da velhice surda e muda.
Alma esquecida pela seda
Os rios secaram
Os sóis moveram seus lábios
Despedindo-se dos meus olhos
Rasgando uma palavra no veneno plantado no peito.
À cata duma esperança.
Os cães se coçam
E rosnam com olhares duvidosos
Pernas cruzadas e a solidão à espreita.
Sonhos inexpressivos dizem cuidado
Um isqueiro aceso e um cigarro nascendo
O infortúnio nos agarra pelos braços
Lembranças são pérolas trazidas dum passado que perturba
Perolais vós a explicação da chama que me queima ardentemente
Jaz o alimento da alma
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Ministério da Poesia :
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