OS DIAS INDIFERENTES
QUINTA-FEIRA
1
Verdades
esvoaçam das casas
e se escondem
junto aos eremitas
pobres andarilhos
desacostumados
ao trânsito dos carros
e aos tiros com que são mortos
os pássaros
2
esvoaçantes seres
de altos gritos
singelos em suas cegueiras
eremitas estão presos
em vidas
interiores
onde verdades
hibernam.
(Pedro Du Bois, em A DIFERENÇA ENTRE OS DIAS)
Submited by
Tuesday, June 9, 2009 - 23:47
Poesia :
- Login to post comments
- 1090 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of PedroDuBois
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | CONFUSÕES | 1 | 2.948 | 02/27/2018 - 11:02 | Portuguese | |
Poesia/General | AVESSOS | 3 | 2.587 | 02/27/2018 - 11:01 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Profile | Foto | 0 | 6.445 | 11/23/2010 - 23:39 | Portuguese |
Críticas/Books | Brisa em Bizâncio, Fernando José Karl | 0 | 3.705 | 11/19/2010 - 01:39 | Portuguese | |
Críticas/Books | HOMEM NO ESCURO, Paul Auster | 0 | 3.492 | 11/19/2010 - 01:39 | Portuguese | |
Críticas/Books | AS METAMORFOSES, Murilo Mendes | 0 | 4.079 | 11/19/2010 - 01:39 | Portuguese | |
Críticas/Books | MATERIA DE POESIA, Manoel de Barros | 0 | 4.050 | 11/19/2010 - 01:39 | Portuguese | |
Críticas/Books | A ARTE DA PRUDÊNCIA, Baltasar Gracián | 0 | 4.548 | 11/19/2010 - 01:39 | Portuguese | |
Poesia/General | PRÊMIOS | 0 | 3.149 | 11/18/2010 - 15:22 | Portuguese | |
Poesia/General | ÚNICA TESTEMUNHA | 0 | 3.435 | 11/17/2010 - 22:56 | Portuguese | |
Poesia/General | A CASA DIVERSA | 0 | 2.903 | 11/17/2010 - 22:54 | Portuguese | |
Poesia/General | CORDAS | 0 | 2.968 | 11/17/2010 - 22:46 | Portuguese | |
Poesia/General | ENTREVISTO | 0 | 3.783 | 11/17/2010 - 22:43 | Portuguese | |
Poesia/General | (DO QUE SEI) | 0 | 4.600 | 11/17/2010 - 22:25 | Portuguese | |
Poesia/General | O COLETOR DE RUÍNAS | 0 | 2.650 | 11/17/2010 - 22:25 | Portuguese | |
Poesia/General | BREVES | 3 | 2.842 | 07/16/2010 - 10:32 | Portuguese | |
Poesia/General | RELEMBRANÇAS | 0 | 2.150 | 07/13/2010 - 11:46 | Portuguese | |
Poesia/General | AMARES | 1 | 3.517 | 07/09/2010 - 23:13 | Portuguese | |
Poesia/General | MAR ABERTO | 0 | 2.647 | 07/09/2010 - 18:00 | Portuguese | |
Poesia/General | A ÁRVORE PELA RAÍZ | 1 | 2.398 | 04/29/2010 - 00:06 | Portuguese | |
Poesia/General | ANDAR | 5 | 3.607 | 04/28/2010 - 01:28 | Portuguese | |
Poesia/General | BAILAR | 4 | 2.713 | 04/26/2010 - 03:12 | Portuguese | |
Poesia/General | ARES DA TERRA | 2 | 2.765 | 04/23/2010 - 20:45 | Portuguese | |
Poesia/General | LIBERDADE | 3 | 2.525 | 04/21/2010 - 18:56 | Portuguese | |
Poesia/General | PEDRAS | 2 | 2.359 | 04/18/2010 - 16:30 | Portuguese |
Comments
Re: OS DIAS INDIFERENTES
Maravilhoso! "eremitas estão presos em vidas interiores onde as verdades hibernam"
Todos são assim as verdades dormem dentro do ser humano enquanto a vida se esvai.
Parabens gostei muito.
Re: OS DIAS INDIFERENTES
Este poema e o seu comentário sobre o nomear dos dias, lembrou-me uma citação de Al Berto que li aqui:
http://aarquitecturadaspalavras.blogspot.com/2009/06/nomear.html
"Ninguém possui verdadeiramente alguma coisa. As coisas do mundo pertencem a todos e, sobretudo, a quem aprendeu a nomeá-las. E eu já não consigo nomear nada. Não me lembro sequer de um nome que resuma o movimento desastroso dos dias."
De facto, as verdades são quase todas interiores e inomináveis. Gostei do poema.
Re: OS DIAS INDIFERENTES
as vezes tentamos nominar o inominável. e nos perdemos em repetições e indiferenças. seria do poeta a obrigação de dizer? ou desdizer? obrigado pela sua leitura e comentário. abraços, Pedro.
Re: OS DIAS INDIFERENTES
pobres andarilhos, desacostumados a esta prisão
Gostei imenso
Abraço
Re: OS DIAS INDIFERENTES
Caro Jopeman, o andarilho é o remanescente: tempos de definições e ofícios. por mais que caminhasse, poderia ser reconhecido pelo seu ofício aonde quer que chegasse. e hoje, quem é o andarilho: aquele que se esquiva de não ter um ofício. ou aquele que, por excesso de ofícios pode ser nefasto ao reducionismo.
obrigado pela visita e comentário.
abraços,
Pedro