De veneno está meu corpo imune

De veneno está meu corpo imune,
De bagaço quero aquele que arde,
De poesia quero a que me incomoda,
Dos loucos os que me enfrentam

E empurram pro poço sem fundo
Com a corda à garganta, a mesma
Que uso pra me sentir livre o resto
Do tempo e dizer o que me dá-na

-Gana, como que parindo da alma uma coruja,
Como quem rasga e dana o pescoço,
Na suja e maldita corda que não afrouxa,
Nem dá sinal de partir a alta figueira.

De veneno está o meu corpo imune,
O pecado é perder o céu, suponho,
Não o procuro, do veneno quero o mais puro,
Pra beber entre os bruxos de olhos negros,

Com a corda na garganta e nas mãos,
O rosto curvo, cego …

Da peçonha será meu corpo impune,
De bagaço quero aquele que arde,
De poesia quero a que me incomoda,
Dos loucos os que me enfrentam

E empurram pro poço sem fundo
Com a corda à garganta, a mesma
Que uso pra me sentir livre o resto
Do tempo e dizer o que me dá-na

-Gana, como que parindo da alma cuja
Como quem rasga e dana o pescoço
Na suja e maldita corda que não afrouxa
Nem dá sinal de partir a figueira alta.

De veneno está meu corpo imune
Pensamento e acção são ânsia e dor,
Para mim quando fico gelado do sentir
Para baixo sem conciliação ou paz,

De peçonha será meu corpo imune,
Mas jamais do castigo que carrego
E me faz cantar com ruído e sem
Sossego e corrói tal o ácido clórico

Ou o hálito do medo …

Joel Matos (07/2017)
http://joel-matos.blogspot.com

Submited by

Thursday, February 8, 2018 - 11:22

Ministério da Poesia :

Your rating: None Average: 5 (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 1 week 1 day ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42103

Comments

Joel's picture

Ou o hábito do medo …

Ou o hábito do medo …

Joel's picture

Ou o hábito do medo …

Ou o hábito do medo …

Joel's picture

Ou o hábito do medo …

Ou o hábito do medo …

Joel's picture

Ou o hábito do medo …

Ou o hábito do medo …

Joel's picture

Ou o hábito do medo …

Ou o hábito do medo …

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Sombras no nevoeiro 0 3.654 02/16/2013 - 21:59 Portuguese
Poesia/General o dia em que o eu me largou 2 1.655 12/30/2011 - 12:24 Portuguese
Poesia/General ciclo encerrado 0 3.174 03/11/2011 - 22:29 Portuguese
Ministério da Poesia/General gosto 0 4.293 03/02/2011 - 15:29 Portuguese
Poesia/General A raiz do nada 0 2.530 02/03/2011 - 20:23 Portuguese
Poesia/General Tão íntimo como beber 1 1.194 02/01/2011 - 22:07 Portuguese
Poesia/General Gosto de coisas, poucas 0 2.591 01/28/2011 - 17:02 Portuguese
Poesia/General Luto 1 3.945 01/15/2011 - 20:33 Portuguese
Poesia/General Não mudo 0 2.032 01/13/2011 - 12:53 Portuguese
Prosas/Lembranças Cruz D'espinhos 0 8.589 01/13/2011 - 11:02 Portuguese
Prosas/Contos Núri'as Ring 0 4.598 01/13/2011 - 11:01 Portuguese
Poesia/Fantasy Roxxanne 0 4.084 01/13/2011 - 11:00 Portuguese
Poesia/General Oração a um Deus Anão 0 5.906 01/13/2011 - 10:58 Portuguese
Prosas/Saudade O-Homem-que-desenhava-sombrinhas-nas-estrelas 0 4.163 01/13/2011 - 10:57 Portuguese
Poesia/General O fim dos tempos 0 4.858 01/13/2011 - 10:52 Portuguese
Poesia/General Terra á vista 1 2.473 01/13/2011 - 01:13 Portuguese
Prosas/Lembranças sete dias de bicicleta pelo caminho de Santiago francês 0 8.951 01/12/2011 - 23:58 Portuguese
Poesia/General Não sei que vida a minha 1 1.677 01/12/2011 - 21:04 Portuguese
Poesia/General o céu da boca 0 4.087 01/12/2011 - 15:50 Portuguese
Poesia/General Dispenso-a 0 2.322 01/12/2011 - 15:38 Portuguese
Poesia/General estranho 0 4.444 01/12/2011 - 15:36 Portuguese
Poesia/General comun 0 3.623 01/12/2011 - 15:34 Portuguese
Poesia/General desencantos 0 1.914 01/12/2011 - 15:30 Portuguese
Poesia/General Solidão não se bebe 1 3.222 01/12/2011 - 02:11 Portuguese
Poesia/General Nem que 3 2.743 01/11/2011 - 10:39 Portuguese