Vidas Urbanas (Recomeçar)
Ao cair da tarde
Vêm notícias do porto
Maresias e correntes do sul
E o cais adormece sob a luz prateada.
Os homens em gotas do suor de um árduo dia
Aportam barcos, pesam o pescado,
recebem algum trocado
e caminhamcom andar trôpego, no retorno ao distante lar...
A vida se repete em comboios, coletivos,
trens que se cruzam e, em filas
que se formam em espaços comprimidos.
Atravessam ruas, avenidas, viadutos, esquinas.
Linhas de aventura, traçados de trajetórias humanas.
Neste tempo de trânsito, juntam-se gerações,
Cumpre-se a história de nossos horizontes,
Da singularidade de cada pessoa, de nossas vidas.
Às vezes se percebe uma brisa
Que percorre e areja os poros, suavizando o cansaço.
Ou o alegre brincar do pincel do vento com as nuvens retrata quadro singular do poente e a todos fascina.
Da terna natureza recortada surge cheiro de mata.
A vastidão de arranha-céus para trás fica.
Agora só resta o desejo do aconchego
e amanhã outra vez... recomeçar.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 2009.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1232 reads
Add comment
other contents of AjAraujo
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Dedicated | A charrete-cegonha levava os rebentos para casa | 0 | 2.344 | 07/08/2012 - 21:46 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A dor na cor da vida | 0 | 1.046 | 07/08/2012 - 21:46 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Os Catadores e o Viajante do Tempo | 1 | 3.445 | 07/07/2012 - 23:18 | Portuguese | |
Poesia/Joy | A busca da beleza d´alma | 2 | 2.820 | 07/02/2012 - 00:20 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Amigos verdadeiros | 2 | 3.895 | 07/02/2012 - 00:14 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Por que a guerra, se há tanta terra? | 5 | 2.131 | 07/01/2012 - 16:35 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Verbo Vida | 3 | 4.917 | 07/01/2012 - 13:07 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Que venha a esperança | 2 | 2.925 | 07/01/2012 - 13:04 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Neste Mundo..., de "Poemas Ocultistas" (Fernando Pessoa) | 0 | 2.754 | 07/01/2012 - 12:34 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Do Eterno Erro, de "Poemas Ocultistas" (Fernando Pessoa) | 0 | 6.512 | 07/01/2012 - 12:34 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | O Segredo da Busca, de "Poemas Ocultistas" (Fernando Pessoa) | 0 | 1.167 | 07/01/2012 - 12:34 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Canções sem Palavras - III | 0 | 1.919 | 06/30/2012 - 21:24 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Seja Feliz! | 0 | 2.482 | 06/30/2012 - 21:14 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Tempo sem Tempo (Mario Benedetti) | 1 | 3.064 | 06/25/2012 - 21:04 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Uma Mulher Nua No Escuro | 0 | 4.055 | 06/25/2012 - 12:19 | Portuguese | |
Poesia/Love | Todavia (Mario Benedetti) | 0 | 2.723 | 06/25/2012 - 12:19 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | E Você? (Charles Bukowski) | 0 | 2.414 | 06/24/2012 - 12:40 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Se nega a dizer não (Charles Bukowski) | 0 | 1.899 | 06/24/2012 - 12:37 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Sua Melhor Arte (Charles Bukowski) | 0 | 1.765 | 06/24/2012 - 12:33 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Não pode ser um sim... | 1 | 2.606 | 06/22/2012 - 14:16 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Era a Memória Ardente a Inclinar-se (Walter Benjamin) | 1 | 1.452 | 06/21/2012 - 16:29 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | A Mão que a Seu Amigo Hesita em Dar-se (Walter Benjamin) | 0 | 2.420 | 06/20/2012 - 23:45 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Vibra o Passado em Tudo o que Palpita (Walter Benjamin) | 0 | 2.867 | 06/20/2012 - 23:45 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | O Terço | 0 | 1.643 | 06/19/2012 - 23:26 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | De sombras e mentiras | 0 | 0 | 06/19/2012 - 23:23 | Portuguese |
Comments
"Linhas de aventura, traçados
"Linhas de aventura, traçados de trajetórias humanas.
Neste tempo de trânsito, juntam-se gerações,
Cumpre-se a história de nossos horizontes,
Da singularidade de cada pessoa, de nossas vidas."
Re: Vidas Urbanas (Recomeçar)
Gostei muito.
Parabéns.
Um abraço,
REF
Re: Vidas Urbanas (Recomeçar)
O sustento, a rotina, os sonhos... É para pensar.
Abraços
Re: Vidas Urbanas (Recomeçar)
Da terna natureza recortada surge cheiro de mata.
A vastidão de arranha-céus para trás fica.
Agora só resta o desejo do aconchego
e amanhã outra vez... recomeçar.
LINDO, UNS COM TANTO E OUTROS COM NADA OU QUASE NADA; ISSO É UMA ESCRAVIDÃO CONTROLADA, POBRES OPERÁRIOS, NÃO TEM TEMPO NEM PARA SONHAR!
E OUTROS QUE NÃO FAZEM NADA, JÁ DERAM ATÉ VÁRIAS VOLTAS NO MUNDO, AS VEZES OU QUASE SEMPRE COM DINHEIRO MAL HAVIDO...
mARNE