EVOCO RECORDAÇÕES
Neste instante,
no silêncio da noite escura
A lua encobre o oval do meu rosto
O sol-posto ficou distante
Relembro cada pormenor com doçura.
Devaneios que as recordações suscitam
Como dissipar recordação
Se me recordo sempre mais e mais?
Recordo lábios unidos,
coração com coração,
dois seres que se amavam demais.
Lembro do irromper do meu queixume
Do sofrer, do meu ciúme.
Recordações são grãos de poeira
Que eu percorro sem pressa
Já na memória uma ténue fronteira
O que fica para além já não regressa.
Presa aos laços do desejo
Do passado não quero libertar-me
Quero ainda sentir teu beijo
Quero ainda que venhas amar-me.
Quero teus olhos fixos nos meus
Que os meus sentires sejam os teus
No silêncio desta noite escura.
E que ainda ao olhares meu rosto
Ao sol-posto e distante
Me ames com doçura.
Conta com a minha audácia
nesta noite escura.
Nas linhas da minha mão
Desvendo com desembaraço
Que te entreguei meu coração
A troco do teu abraço.
natalia nuno
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Comments
Excelente poema que traz um
Excelente poema que traz um ar todo sensual e sútil
ao mesmo tempo ...
Como é bom te ler !!!!
beijos
Susan
Olá Natalia Nuno, è com o
Olá Natalia Nuno,
è com o passado que se constroi o futuro e aqui, vejo a Natalia percorrendo os caminhos da esperança evocando recordações de grandes entregas por um abraço.
Gostei muito em especial da quadra que cito:
«Presa aos laços do desejo
Do passado não quero libertar-me
Quero ainda sentir teu beijo
Quero ainda que venhas amar-me.»
Muito lindo; Tocante; na plenitude de um verdadeiro desvendar.
Obridado por repartir.
Um abraço.
As marcas do tempo
Sinto o meu coração amarrado
Tenho-o tão preso, ao passado...
E, assim, vive ele na escuridão
Quisera os raios de sol o iluminar
Para fazer as suas fridas, sarar
Quiçá, ele se reabrisse à paixão...?
Gosto muito de a ler,
:-)