Já são só corpos!!

Se quereis ser feliz, sê ignorante...e inútil. Sê espectador, como todos os profanos. Assiste, então, feliz!

Caro Darwin, sabemos ser produto de evolução, mas não seremos nós os antepassados dos símios?!

Insanos rompem a brusquidão da paz. Todas as partes constróem, moldam, prestadores de vassalagem à pátria. Pelo aperto de mãos se acorda o sofrimento de um povo. Os seus nomes assinados são os juizes da pena das gentes.

Direitos humanos proferidos, muito defendidos, espezinhados pelos tanques. Pena do vivo penar é a morte da honestidade, nesta animalesca humanidade. Salvaguardados só por quem sois, mobilizam forças inderrubáveis pelo poder do povo. Engavetaram-lhes o poder inato de questionar, de refutar.

Vai-se desfolhando o dia-a-dia, sempre agarrado a um sonho tricotando a esperança. Fuga é a possível escapatória.

Terror impele mãos à cabeça e impede que estas peguem na mala das suas vidas. Estremece pelo silêncio das armas. Tremelica! Desfere o medo no gatilho. Ensurdece pelo seu estrondo. Morte amortecida pelo milagre negado de podridão. Já são só corpos esculpidos pela dor.

Lembrança caridosa dos que sabiam que cá ficavam sobre os que não sabiam que partiam. E, já são só corpos! Passado vai sendo sepultado, varrido pelo tempo, retido nas lágrimas dos filhos da guerra. Vidas esquecidas, esvanecidas no olhar do tempo.

Já são só corpos.

 

Elsa Menoita

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Sunday, May 15, 2011 - 18:19

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