NINGUÉM ONDE ALGUÉM ME ESCONDO

Casualidade posta em causa,
rivalizada entre mim em carta fechada.

Endereçada ao meu ninguém.

Onde alguém me escondo algures,
em escolha de nenhures para pousar glosado de mim.

Alcatifa de ilusões sacudidas em grito,
horas que vadiam como pó ao vento, aliado ao erro certo.

Características descaracterizadas,
isoladas em lugar de ver-me mal a céu aberto.

Onde desperto afinal
sem saber quem sou aqui tão perto de mim.

Ponta solta de ir
por toda a parte menos por mim,
ponte encomendada em espera de me caminhar.

Perguntas interrogadas, respondidas em renúncia.

Repúdio porém aceite nas fugas que me faço.

Desapareço como o estrondo de uma explosão nuclear.

Marcas desmarcadas,
desfardadas das máscaras que ouso usar.

Então que me escrevo
inventado sobro o joelho da sorte.

É-me na palavra
a morte em sopa do que não quero querer.

Cave onde a minha loucura cabe
e a nada sabe senão a tudo, tudo.

Lembranças esquecidas,
romarias movidas pelas tesouras de ontem.

Papéis de hoje cinzelados no piso mais baixo da alma.