Super-Pouco (Dêem-me Um Pouco De Atenção, Por Favor, Se Faz Favor)

Super-Pouco (Dêem-me Um Pouco De Atenção, Por Favor, Se Faz Favor)

Sou sou, sou a puta de um génio capado
Quando é para queimar pontes e ficar a arder
Afogado nos cadernos do meu subterrâneo
Nada sem capa dura a esgotar d’escrever
O vosso herói já ok num ko de espontâneo

Chamas chamas, abram valas para o rapaz metáfora
Lástima andante com pernas de fazer de conta que o são
Qual crise desistencial, o meu querer querer em diáfora
Tão meta por cruzar a paixão por ter neste gelo diário
Ao me convencer delírio de desígnio divino em catáfora...

Porque ser não sei se sou, a hipocondria ou o visionário
Nesta cidade de burros boémios mais burros do que eu
Quando bêbado na varanda que cai e o nariz mobiliário
Merda Parkinson merda, o Doutor Internet em apogeu
Sim setenta só se p'las costas, o dom a Geração deserda

Estereótipos pra sanidade, Lois Lane, a minha onde?
(Porra, o gás não sei se ligado na cozinha que explode)
Universo indiferente, concede-me a heroína defronte
(Melhor correr a casa ou a prisão negligente me fode
Mas dá-me a donzela em perigo do apartamento em redor)
Como juro, à espera só de um -herói e o meu super- eclode.

No bueno ser smoking vazio do amanhecer obrigatório
Desertar ao supersuperego na próxima cabine telefónica
Onde rasgo o fato e, BOLAS, estou com elas no observatório
De todos vidrados (Socorro!) na minha micro nudez cónica
Bela bosta trancado e ninguém atende as chamadas que queria fazer
Se tivesse mãos para salvar o dia e reféns mijados para crescer...

A minha senhora pila medida à grandeza de depois libertar
O meu estado civil: patético no vosso suplicante couro inferior
(Porque Francisco já sabes, a inveja temporal e a tua obra a voar
Pela Unicórniolândia, e olha tira-me deste poema, oh ESCRITOR!)
Desculpem retomando juro até... que bom senso já tentei
Apontar uma arma à cabeça donde nunca paladino sairei.

Tau tau...tologia e as veias correm-me no tédio do cu acima
Espancado em verborreia e quantos anos passam-me no prédio
Abaixo onde ruo cave que já não sai à rua daninha que rima
Comigo quanto mais velho mais como este mundo intermédio
De quem não sente a cinza metálica de sermos só o braille dos ricos
Porque ser escuso-me ser, alheio mérito nepotista de ultraje vestido.

Mafarricos dane-se, tenho os pulsos a saltar à corda no pescoço
Possuído por traças carcomendo-me o fígado pelo respiradouro
Da mansarda em que ficheiro secreto podia ser o ogre almoço
Vomitado só de me verem a acne dióptrica neste muito suadouro
A que chamo rosto putativo de tudo ao nem monologar vexado:
Coimbra, monstra-me até aos ossos inexistentes do meu ego quebrado!

E então chegamos a isto, sem chegar pra slogan de gente triste
Eu quando abominável homem do gelo já vítima de vida prolongada
A sonhar com clorofórmio pra dormir esta noite s'empatia em riste,
Eu qual atropelamento duma ova pela ambulância não chamada,
Chacha teorética pra velhinha hipotética a definhar na sarjeta da estrada
Logo ao largo onde a importância me ergueu uma estátua de borracha.

(14-03-2017)

Submited by

Martes, Marzo 14, 2017 - 22:07

Poesia :

Sin votos aún

Fran Silveira

Imagen de Fran Silveira
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 2 años 42 semanas
Integró: 09/29/2012
Posts:
Points: 152

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Fran Silveira

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pensamientos Como Voltar Um Lugar A Mim? 0 1.015 12/28/2018 - 20:00 Portuguese
Poesia/Meditación Horror Ao Vazio 0 1.060 05/08/2018 - 04:18 Portuguese
Poesia/Comedia Super-Pouco (Dêem-me Um Pouco De Atenção, Por Favor, Se Faz Favor) 0 1.357 03/14/2017 - 22:07 Portuguese
Poesia/Pasión Adoração 0 1.209 02/25/2017 - 11:48 Portuguese
Poesia/Pensamientos (Turquesa '98) 0 900 12/29/2016 - 06:09 Portuguese
Poesia/Fantasía Avelãs & Libélulas 1 808 12/08/2016 - 12:53 Portuguese
Poesia/Amor Ganchos 0 875 10/26/2015 - 02:13 Portuguese
Poesia/Fantasía (En)Canto Do Cisne Laranja 0 1.165 11/23/2013 - 01:57 Portuguese
Poesia/Pasión 14 0 1.153 11/11/2013 - 00:12 Portuguese
Poesia/Pasión Quimono Circunflexo 0 1.079 11/01/2013 - 02:28 Portuguese
Prosas/Pensamientos Espiral 0 1.087 08/16/2013 - 00:44 Portuguese
Prosas/Pensamientos Ecrã 0 1.009 08/15/2013 - 19:42 Portuguese
Poesia/Fantasía Alba Atroz / Panda Crónico 0 1.060 07/31/2013 - 22:50 Portuguese
Prosas/Pensamientos Transcorrer 0 1.078 02/10/2013 - 23:31 Portuguese
Prosas/Otros Manifesto Depurista 0 868 02/09/2013 - 16:29 Portuguese
Poesia/Pensamientos Memento Mori 0 982 11/29/2012 - 03:25 Portuguese
Poesia/Pensamientos Rosa Em Azul 0 927 10/28/2012 - 19:22 Portuguese
Poesia/Pensamientos Lanterna De Papel 3 1.013 10/15/2012 - 21:41 Portuguese
Poesia/Pensamientos Anos De Chocolate 1 947 10/06/2012 - 15:17 Portuguese
Poesia/Pensamientos Palavra Puxa Silêncio 0 806 10/06/2012 - 14:13 Portuguese
Poesia/Fantasía Última Noite Na Ponte Dos Sonhos 0 935 10/04/2012 - 13:57 Portuguese
Poesia/Pasión Reacção À Química 0 899 10/04/2012 - 13:54 Portuguese
Poesia/Desilusión Enfado-me Deste Fado / Epopeia Do Fracasso 0 1.122 10/04/2012 - 13:44 Portuguese
Poesia/Tristeza Catalisa Dor 0 898 10/01/2012 - 00:52 Portuguese
Poesia/Pensamientos 1993-2008; 2011-? 0 1.195 10/01/2012 - 00:50 Portuguese