FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Trago um fado arquitectado,
na minha alma trabalhado
na minha voz já embargado
como se o cantar fosse pecado!
Trago uma melodia activa e serena
feita de cacos de memória amena
um fado poetado ou só cantado
de um corpo gasto e cansado.
Trago em mim um fado imaculado
nunca antes por mim já cantado
em guitarra muda, ensaiado
meditando na letra, com cuidado
Era um fado de imensas memórias
De amores perdidos, outras história
de sexo, morte e vida, suas glórias
De tragédias e vidas inglórias.
Liricas de servil e nobre pranto
em rostos imaculados de espanto
Ah, este fado que eu não canto.
Qual tributo generoso, a um Santo
Era um fado fadado das vielas
velhaco, entranhado nas goelas
deste Bardo, sempre amaldiçoado
por outros tido como pecado
Sentir o peso do dias que chovem
Como gotas de prata no meu rosário
Sentir a amargura do sal, chorem!
Este fado será um dia, meu Obituário.
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Mefistus
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Comentarios
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
O que traz também é a energia da poesia, numa magia de obituário para a alegria! As dores são transformadas quando se sente a poesia em cada palavra que é escrita, nem que seja momentaneamente. :-)
Abraço ao trovador.
Clarisse
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Chorar o fado, sentir o fado e...
Viver o fado!
Assim talhado.
Beijinho
Carla
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Sentir o peso do dias que chovem
Como gotas de prata no meu rosário
Sentir a amargura do sal, chorem!
Este fado será um dia, meu Obituário.
Gostei da força do poema e o final é soberbo!!!
:-)
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Rogério,
Quando se carrega o fado na alma.
Beijo
Nanda
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Adorei a musicalidade q veste todo o poema, quase q imagino as letras de xailes lnegros e de olhos fechados a darem a alma ao fado vadio e ao fado do poeta...
"Era um fado fadado das vielas
velhaco, entranhado nas goelas
deste Bardo, sempre amaldiçoado
por outros tido como pecado
Sentir o peso do dias que chovem
Como gotas de prata no meu rosário
Sentir a amargura do sal, chorem!
Este fado será um dia, meu Obituário."
Adorei sobre tudo as duas ultimas estrofes, porque concluem de foram bela e intensa todo o poema, como se a fadista mandasse calar as guitarras e prosseguisse sozinha, nesta ultima parte...
Beijinho grande em ti!
Inês
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Um triste canto do verbo da alma .
Pense sempre em vida , e na vida e ela estará ao seu lado.
beijos
Susan
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Adorei a forma quase´bucólica como falas do destino dentro da temática deste Genéro musical, em que o destino e fado confundem-se num só.
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Um fado tão belo, e tão triste, de um tão verdeiro coração. Abraços
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Imenso este teu fado não cantado, que nos fica na alma.
Lindo, lindo.
E sentir o peso dos dias, na tua poesia.
È de mestre, muito bom, brutal.
Re: FADO, FADADO E NÃO CANTADO
Abre a goela, solta o verbo,
canta este fado,
e seu enfado,
neste chuvoso cenário,
mas por favor,
afasta o obituário...
BEIJOS!!!!
Genial...
Adoro ler-te.