"As Muralhas de Elsinore"

O texto de As Muralhas de Elsinore, nasce da ideia de criar “o outro lado” da história de Hamlet, O Príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare. Uma visão de Bernardo e Francisco, dois guardas do castelo de Elsinore, local onde decorre toda a acção do original de Shakespeare.
Nesta peça podemos acompanhar a trama de Hamlet, do ponto de vista de quem nunca sai das muralhas do castelo. Do ponto de vista de quem ri e chora sem que ninguém repare. As Muralhas de Elsinore propõem que se deixe levar para um mundo onde a fantasia e a (dura) realidade andam de mãos dadas. Um abraço despretensioso a uma estética assumidamente diferente é a matriz desta peça onde a coexistência de dimensões troça da comum interacção entre “terrenas” personagens.

“Quem somos? O que sabemos? O que tomamos por garantido?”

O fio condutor é inequivocamente costurado á volta da imaginação de Aurora. Uma onírica presença que usa Bernardo, Francisco, Ophelia e restantes personagens como brinquedos férteis de acções e emoções díspares. Um humilde convite á singeleza surreal da linguagem que mistura as assumidas raízes kubriquianas ao serviço de um texto de índole clássico.
Um “Cinzento” “debruçar” sobre a pavloviana tendência das profissões e ofícios, o pesar dos dias, meses, anos. Em última análise, um pequeno sopro no ouvido dos distraídos que optam por fechar os olhos ás coisas simples que preenchem os peitos dos gratos. “As Muralhas de Elsinore” são a resposta á solidão em si. Aceitar. Sorrir. Fazer as perguntas certas. Amar. Envelhecer dignamente. E claro, aceitar o resto…

“…Porque estamos aqui, e no minuto seguinte…”

Submited by

Jueves, Abril 15, 2010 - 16:34

Anúncios :

Sin votos aún

Henrique

Imagen de Henrique
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 años 30 semanas
Integró: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Henrique

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Tristeza O ADEUS É A ESCURIDÃO DO ESCURO … 2 2.234 10/08/2012 - 06:39 Portuguese
Poesia/Meditación MEU GRITO É UMA MÃO CANSADA … 1 1.138 10/05/2012 - 19:11 Portuguese
Poesia/Pasión NÓS ENTRE NÓS … 0 822 10/05/2012 - 01:40 Portuguese
Poesia/Meditación O SILÊNCIO DAS LÁGRIMAS … 0 783 10/02/2012 - 22:41 Portuguese
Poesia/Meditación MINHA ALMA É UM MAR DE AMOR … 0 818 10/01/2012 - 00:46 Portuguese
Poesia/Meditación ENGODO … 1 1.131 09/29/2012 - 21:20 Portuguese
Fotos/Otros Paula Teixeira da Cruz ... 0 854 09/29/2012 - 18:04 Portuguese
Poesia/Amor TENHO TU … 0 1.423 09/28/2012 - 22:20 Portuguese
Poesia/Meditación DOIDICE … 0 1.417 09/25/2012 - 22:12 Portuguese
Poesia/Meditación O AMOR MORDE O SILÊNCIO … 0 953 09/23/2012 - 22:42 Portuguese
Poesia/Intervención QUE A MORTE NOS MATE … 0 1.090 09/20/2012 - 17:53 Portuguese
Poesia/Pasión UMA LENHA TUA … 0 722 09/19/2012 - 23:58 Portuguese
Poesia/Pasión ATÉ QUE A NUDEZ SEJA A ÚLTIMA ROUPA … 0 717 09/18/2012 - 17:07 Portuguese
Fotos/Paisaje A Queda do Sol ... 0 1.255 09/18/2012 - 17:02 Portuguese
Fotos/Otros Cortante ... 0 1.296 09/18/2012 - 16:59 Portuguese
Poesia/Meditación PALAVRAS DE VASTO SILÊNCIO … 0 2.638 09/12/2012 - 21:12 Portuguese
Poesia/Meditación O SER DAS COISAS DAS COISAS DO SER … 1 851 09/11/2012 - 18:02 Portuguese
Poesia/Pasión SOLETRA-ME NOS TEUS SEGREDOS … 0 1.873 09/06/2012 - 19:54 Portuguese
Fotos/Paisaje Subir Sem Perder O Chão ... 0 1.014 09/04/2012 - 20:01 Portuguese
Poesia/Meditación BICHO COM SETE CABEÇAS DE BICHO … 0 1.540 09/04/2012 - 19:45 Portuguese
Fotos/Arte Digital Inveja ... 0 2.362 09/04/2012 - 14:13 Portuguese
Poesia/Meditación JUBA DE URTIGAS … 0 1.140 09/02/2012 - 22:40 Portuguese
Poesia/Meditación LUGAR DE OLHOS … 0 568 09/02/2012 - 20:02 Portuguese
Poesia/Pasión NUM TOQUE, O TODO DO TEU DESEJO … 0 1.577 09/02/2012 - 00:14 Portuguese
Poesia/Meditación GRITO … 0 1.528 09/01/2012 - 19:56 Portuguese